A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), assinaram nesta sexta-feira (15) um acordo de cooperação para formação de integrantes dos movimentos populares.
A parceria prevê a concessão de bolsas de estudos e descontos em valores de mensalidades para integrantes do MST em cursos de graduação, pós-graduação e educação continuada oferecidos pela PUC. A reitora da universidade, Maria Amalia Pie Abib Andery, disse que a presença dos movimentos é fundamental para o cotidiano universitário.
"A PUC está aprendendo com o MST a incluir movimentos organizados em sua comunidade, não apenas indivíduos. Aí está a importância de um convênio como esse. A universidade tem a duras penas aprendido a trazer indivíduos que historicamente vêm de tradições de exclusão. Mas convênios como esse trazem esses indivíduos e seus movimentos, e isso é fundamental", apontou.
Presente na cerimônia que selou o acordo, o coordenador nacional do MST, João Pedro Stedile, disse que a parceria vai garantir que integrantes de movimentos populares, camponeses, quilombolas, povos indígenas e outras populações excluídas da universidade cheguem ao ensino superior.
"Para nós, do MST, tão importante quanto dar terra, fazer reforma agrária popular para produzir alimentos, é preservar a natureza. Hoje é preciso, além de conquistar a terra, ser um zelador da natureza, ajudar a combater as mudanças climáticas. Tudo isso só se viabiliza se nós tivermos conhecimento científico, então é fundamental seguirmos com as nossas parcerias", pontuou.
O acordo contará com apoio de entidades da área jurídica, como a Associação Juízes e Juízas pela Democracia (AJD), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o Sindicato das Advogadas e Advogados de São Paulo (SASP), Grupo Prerrogativas, Transforma MP e Associação de Defensoras e Defensores Públicos pela Democracia.
"Temos pressa de estar aqui, porque historicamente estamos atrasados para fortalecer junto à classe trabalhadora o acesso ao conhecimento construído historicamente pela humanidade, formalizado e científico, dentro de uma perspectiva transformadora. Por tudo isso, esse momento é bastante emocionante, mais um passo para formar militantes e dirigentes de quadros das organizações populares camponesas do Brasil, da América Latina e do mundo", resumiu a diretora da Escola Nacional Florestan Fernandes, Rosana Fernandes.
*Com informações do Jornal da PUC-SP.
Edição: Rodrigo Chagas