Após um dia de intensos bombardeios do lado do Azerbaijão, as autoridades da autoproclamada República de Nagorno-Karabakh aceitaram a proposta de cessar-fogo transmitida através das forças de manutenção da paz russas nesta quarta-feira (20). A informação foi divulgada pelo centro de informações da administração da região separatista em um comunicado.
No comunicado, os representantes de Karabakh reconheceram que as tropas do Azerbaijão tinham assumido o controle das posições de combate armênias e de uma série de centros estratégicos.
Com isso, as autoridades de Nagorno-Krabakh informaram que "aceitam a proposta do comando da missão de manutenção da paz russa relativa a um cessar-fogo".
Os acordos de cessar-fogo estipulam que as hostilidades deveriam terminar às 13h (horário local) do dia 20 de setembro. A declaração também se refere ao desarmamento completo das forças armênias e à retirada de equipamento pesado da região.
A operação militar do Azerbaijão na última terça-feira (19) representou o rompimento de um cessar-fogo assinado em novembro de 2020 após acordo trilateral envolvendo Armênia, Azerbaijão e Rússia. De acordo com as autoridades locais, a operação azeri resultou em cerca de 100 mortes.
A região de Nagorno-Karabakh é um enclave separatista de maioria armênia que reivindica independência do Azerbaijão desde 1994. A Rússia tem tropas de paz no território.
A questão sobre a reintegração e a garantia dos direitos e da segurança dos armênios de Nagorno-Karabakh serão discutidas numa reunião entre representantes armênios e do Azerbaijão na cidade de Yevlakh, no dia 21 de setembro.
O Ministério das Relações Exteriores da Armênia declarou que Yerevan apoia a posição de Karabakh sobre um cessar-fogo. A diplomacia do país também afirmou em comunicado que é necessário um "mecanismo internacional" para regular as relações entre os armênios de Karabakh e Baku.
O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, declarou que está em contato constante com as autoridades da Armênia, do Azerbaijão e de Nagorno-Karabakh, e espera poder conseguir transferir a situação para uma direção pacífica.
"As nossas forças de manutenção da paz estão trabalhando muito ativamente com todas as partes envolvidas neste conflito, fazendo tudo para proteger os civis", disse ele.
Edição: Thales Schmidt