A gestão Rafael Greca armou uma bomba-relógio financeira para os servidores e também para a cidade de Curitiba e seu comércio, principalmente o comércio de bairro.
Greca fez um acordo com os bancos que obviamente vai endividar os servidores públicos municipais e transferir renda, na forma de juros exorbitantes, para os bolsos do mercado financeiro, um tanto parecido com os métodos do subprime (créditos de risco) que gerou a crise econômica de 2008 nos EUA.
O acordo da Prefeitura com as instituições financeiras resultou no CredCesta. Algo que tem sua demanda lastreada na situação de arrocho salarial dos servidores e suas famílias e principalmente na penúria dos aposentados. Salários baixos até para comprar comida vai gerar uma corrida a esse “crédito” disponível.
Para dar um empurrãozinho para aquecer essa demanda por empréstimos bancários, a Prefeitura reduziu o valor do “Cartão Qualidade”, que era um adiantamento salarial, cobrado no mês subsequente e sem juros, nas compras de supermercado.
Os bancos terão a garantia de que a Prefeitura fará direta e automaticamente o desconto dos empréstimos na folha de pagamento.
Uma nota do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba alerta: “… se o seu empréstimo é de R$ 2.224,14 e você resolveu pagar em 72 meses, as mensalidades serão R$104,14 (R$7.519,68 no total)”. Ou seja, o banco terá, em seis anos, um lucro de quase 400% em um único empréstimo.
No curtíssimo prazo, esses empréstimos vão dar a falsa impressão de aquecer o consumo e o comércio, mas, com o passar do tempo irão empobrecer e reduzir drasticamente o poder de compra dos milhares de servidores. Então, o dinheiro faltará para girar a economia local.
No fundo, não há segredo, são melhores salários o que pode aquecer a economia.
*As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato.