Acabou

Em tom de despedida, Zucco e Salles se manifestam sobre o fim da CPI do MST

Parlamentares entregarão ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o relatório final com pedido de conjunto de medidas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Salles e Zucco à frente de parlamentares de extrema-direita, que foram oposição ao MST durante os trabalhos da CPI - Foto: Reprodução/TV Câmara

Ao lado de deputados federais da extrema direita que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), presidente e relator da comissão, se manifestaram sobre o fim dos trabalhadores da comissão, na tarde desta quarta-feira (27).

"Mexer com o MST é enfrentar forças poderosas. A CPI incomodou demais, avançou muitos sinais e foi pressionada a encerrar suas atividades quando convocou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia, estado campeão nas 'invasões' de propriedades rurais e urbanas", lamentou Zucco.

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Salles afirmou que "o trabalho da CPI chegou a bom termo" e teve que explicar a falta de relatório final da comissão. "Manobras regimentais e cooptação governamental fizeram com que o documento não tenha tido a sua aprovação", afirmou o relator.

Na verdade, Salles extrapolou todos os prazos para o envio e leitura do relatório, que só aconteceram na última quinta-feira (21). No entanto, a CPI estava com seu final marcado para 14 de setembro.

Para evitar o vexame de Salles, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, concordou em adiar o fim da CPI de 14 de setembro para 21 de setembro. Mesmo assim, o relator não conseguiu concluir os serviços e apresentou a sessão no último dia regulamentar da comissão.

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Durante a leitura do relatório, a oposição pediu vistas do documento. Essa situação exige a realização de duas sessões para que o documento volte a ser apreciado pela comissão. Sem tempo, Salles protocolou um novo pedido de prorrogação, que foi negado por Lira.

Sobre a "cooptação governamental", alegada por Salles, trata-se da recomposição do governo, que passou a contar com a adesão de parte do Republicanos, União Brasil e MDB em sua base.

A nova configuração alcançou, também, a CPI do MST, que passou a ter uma nova conjuntura parlamentar. Se antes a maioria pertencia a oposição, desde a adesão dos novos partidos, os parlamentares de extrema-direita passaram a configurar minoria.

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Sem aprovação na CPI, o relatório final produzido por Salles será entregue a Lira. No documento, a oposição pede a aprovação de um pacote de projetos batizado de "Invasão zero", com propostas pensadas e patrocinadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Edição: Thalita Pires