O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), defendeu nesta quarta-feira (27) que a Petrobras recompre as refinarias que ela negociou durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Silveira, a reestatização “dentro das regras de mercado” garantiria o abastecimento de combustíveis ao país com preços razoáveis.
“Já é pública a minha opinião de que a Petrobras deve negociar com aquelas refinarias que foram privatizadas para que, dentro de regras de mercado, ela possa readquirir essas refinarias, a fim de fazer do Brasil um país seguro na questão do suprimento e de melhores preços de álcool, de gás de cozinha e de óleo diesel para o consumidor brasileiro, fazendo o Brasil competitivo”, defendeu o ministro.
A declaração de Silveira ocorreu após evento público para assinatura dos contratos do último leilão de transmissão de energia elétrica no Palácio do Planalto. Participaram da cerimônia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
No início do mês, Silveira já havia defendido a recompra da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), no município de São Francisco do Conde, na Bahia, após assinatura de convênio com o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, que adquiriu a planta da Petrobras em 2021.
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Para o ministro, o Brasil precisa produzir internamente os 20% de diesel que importa. Ele disse que a Petrobras precisa ampliar a capacidade de suas refinarias para aumentar sua produção, que está próxima do limite. Acrescentou, porém, que o aumento de capacidade de produção da estatal pode vir da reestatização de refinarias vendidas.
A Petrobras tem hoje dez refinarias. Durante o governo de Bolsonaro, a empresa negociou a venda da Rlam, na Bahia; da Reman, no Amazonas; da SIX, no Paraná; da Lubnor, no Ceará; e da Refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte.
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As vendas fazem parte de um acordo que a Petrobras fechou com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019, também durante o governo Bolsonaro. O presidente da empresa, Jean Paul Prates, já afirmou que pretende trabalhar pela revisão dele, desobrigando a venda de outras plantas produtoras de combustíveis.
A Petrobras não se pronunciou sobre a fala do ministro.
Edição: Rodrigo Chagas