Violência

Professor ataca estudantes em manifestação grevista na Unicamp; instituição abriu processo

Paralisação de um dia protesta contra privatizações e precarização dos serviços públicos estaduais

Brasil de Fato | Campinas (SP) |
Professor foi filmado ao atacar aluno - Reprodução das Redes Sociais da deputada Monica Seixas

Pelo menos dois estudantes foram agredidos por um professor armado com um objeto cortante durante manifestação grevista na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), nesta terça-feira (3). Em nota a instituição repudiou a conduta do docente e informou que abriu processo administrativo para apurar o caso.

Parte da ação foi filmada. Nas imagens, divulgadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Estadual dos Estudantes (UEE), um homem tenta entrar por uma porta, quando é atacado por outra pessoa com spray de pimenta. Os dois caem no chão e é possível observar que o autor do ataque segura algo que se assemelha a uma faca ou canivete.

 

 

Ele foi identificado como professor da instituição, mas não teve o nome divulgado. O homem que foi agredido é estudante de filosofia. Ainda no vídeo postado pelas entidades, um outro aluno narra que também foi ameaçado dentro da sala de aula pelo mesmo docente, quando tentava comunicar colegas sobre a paralisação.

"O professor pegou no meu braço, me jogou no chão e apontou uma faca para mim", conta Gustavo Bispo, um dos dos diretores do Diretório Central dos Estudantes da Unicamp. "Os estudantes conseguiram gritar, sair correndo e, graças a isso, nós conseguimos chamar a segurança do campus."

Na sequência, com a situação já sendo gravada, diversas pessoas deixam o prédio e orientam colegas para se protegerem. A confusão foi contida pela equipe de segurança, após o ataque ao estudante de filosofia. Identificado apenas como João Gabriel, ele também comentou o fato nas redes sociais.

"Os estudantes cercaram o prédio para ele que ele fugisse enquanto a segurança vinha. Nesse processo ele atirou spray de pimenta em mim (...) É muito importante que os estudantes vejam quem são essas pessoas que não querem a nossa greve. São fascistas."

Segundo nota da Unicamp, a conduta do professor será averiguada em inquérito policial  e por meio de procedimentos administrativos. "Ressalte-se, ainda, que a reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes", conclui o texto. 

A greve desta terça-feira (3) é  um ato em apoio às paralisações realizadas em São Paulo contra a privatizações e precarização de serviços públicos do estado. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho