Nesta sexta-feira (6), o historiador Manuel Domingos Neto participará do evento "Defesa Nacional e amizade com os vizinhos". Há mais de 50 anos o doutor em História pela Universidade de Paris se dedica à temática militar, sendo hoje um dos principais especialistas brasileiros nesta temática.
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O evento, que ocorre no auditório da Faculdade de Economia da Ufrgs, às 19h, e contará com a participação de Tatiana Vargas Maia, doutora em Ciência Política pela Southern Illinois University – Carbondale, e de Eduardo Munhoz Svartman, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ambos docentes dos programas de pós-graduação em Ciência Política e em Estudos Estratégicos Internacionais da instituição.
Já na próxima segunda-feira (9) ocorrerá o lançamento do livro “O que fazer com o militar”, de Manuel Domingos Neto, com participação do ex-constituinte José Genoíno Neto. Uma obra destinada aos leitores não familiarizados com a temática. Aspectos de alta complexidade são abordados em texto de fácil leitura. Aponta a necessidade de uma reforma militar fundada na concepção de defesa nacional cuja viga mestra deve ser a coesão dos brasileiros.
O lançamento ocorre no momento em que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que apura responsabilidades nos atos golpistas de 8 de janeiro, tem revelado uma ampla atuação marcada pela corrupção por parte de setores fardados.
Enquanto o debate atual em alguns setores é travado apenas em torno de se a CPMI dos Atos Golpistas pode acabar em pizza ou se os militares envolvidos serão julgados e condenados, o livro de Manuel Domingos Neto mostra que o problema é muito mais complexo e exigirá por parte do Estado brasileiro importantes posicionamentos.
“O Estado precisa definir o papel das corporações militares, hoje envolvidas em múltiplas tarefas em prejuízo do preparo para enfrentar agressores estrangeiros. Sem uma reforma militar, seriam vãos novos investimentos em defesa”, afirma.
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O autor considera o militar limitado para formular e conduzir a defesa do Brasil. "As mudanças no jeito de guerrear, a dinâmica social e o cuidado com a democracia impõem uma reforma militar. Cabe revisar o papel, a organização e a cultura das Forças Armadas porque o Brasil precisa inserir-se dignamente na ordem internacional e as novas gerações devem ser poupadas das exorbitâncias do quartel", pontua.
O autor refuta a ideia de que a pura e simples modernização das corporações evitaria o ativismo político, e aponta a classificação dos oficiais como “golpistas” e “legalistas” como simplificação enganosa.
“O que fazer com o militar” demonstra que os desafios da defesa nacional e mudanças nas corporações transcendem à capacidade dos governantes: passa pela disposição da sociedade e do Estado de livrar-se da subalternidade ao estrangeiro poderoso.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko