A seca mais extrema dos últimos anos na Bacia Amazônica segue castigando a população das cidades e das florestas no Amazonas. Nesta quarta-feira, 11, a capital Manaus registrou níveis de poluição do ar intensas, com a fumaça causada pelas queimadas na região tampando até prédios turisticos da cidade, como o Teatro Amazonas e outros edifícios.
Em paralelo a isso, a Articulação das Populações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam) que representa 63 povos da floresta, divulgou um comunicado essa semana pedindo que o governo brasileiro decrete emergência climática, e adote medidas para socorrer a população da região que depende da bacia hidrográfica para garantir seu sustento.
"Pedimos aos governos da Amazônia, do Brasil e do mundo que declarem emergência climática e façam algo urgentemente para enfrentar a enorme vulnerabilidade climática e social a que estão expondo os povos indígenas e as populações tradicionais", diz o comunicado da Apiam.
De acordo com a entidade, os rios Negro, Solimões, Madeira, Juruá e Purus estão baixando em ritmo recorde. Somado a isso, segundo a Apiam, os incêndios florestais estão destruindo a floresta tropical em novas áreas no baixo Amazonas.
Neste cenário, a população ribeirinha e indígena da região, responsáveis pela pesca e agricultura sustentável na maior bacia hidrográfica do mundo, sofrem para conseguir navegar e tirar seu sustento em meio à seca dos cursos d'água.
O fenômeno, que pode durar até o início de 2024, atinge centenas de comunidades, que perderam o acesso a lagos onde peixes como o pirarucu e o tambaqui são manejados de forma sustentável, com plano de manejo, sem esgotar os recursos naturais.
O cenário catastrófico é uma consequência do fenômeno El Niño deste ano, caracterizado como um aquecimento anormal das águas do Pacífico Norte. Assim como outros eventos climáticos porém, o El Niño este ano está mais intenso, o que culminou na seca extrema em toda a região, secando rios usados para navegação.
Edição: Rodrigo Durão Coelho