A única central elétrica da Faixa de Gaza parou de funcionar nesta quarta-feira (11) por falta de combustível, segundo o chefe da autoridade energética do território palestino.
“Gaza está atualmente sem energia”, disse Galal Ismail à CNN.
Na segunda-feira, dois dias após o ataque surpresa do grupo Hamas a Israel, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, havia ordenado um “cerco completo” a Gaza, com suspensão do fornecimento de eletricidade, alimentos, água e combustível. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que a medida pode ser considerada punição coletiva à população do território e, consequentemente, crime de guerra.
Os moradores de Gaza, que amargam uma contraofensiva intensa de Israel, ainda podem utilizar geradores de energia para obter eletricidade. Mas com o bloqueio, o combustível necessário para o funcionamento dos geradores está acabando.
O diretor do Hospital Al-Wafa, Hassan Khalaf, disse que os hospitais de Gaza dependem dos geradores e previu que seu funcionamento esteja garantido por “no máximo alguns dias”, em entrevista à TV Al Jazeera.
Ele afirmou que há atualmente cerca de 100 recém-nascidos que dependem dos equipamentos médicos para sobreviver, além de 1.100 pacientes que precisam da máquina de diálise, procedimento que substitui a ação dos rins no corpo humano. Essas máquinas só funcionam com energia elétrica.
Gaza é um dos locais mais densamente povoados do planeta, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas numa área de pouco mais de 365 quilômetros quadrados — um pouco maior que a cidade de Belo Horizonte, que tem 332 quilômetros quadrados.
A região vive isolada do resto do mundo desde 2006, quando o Hamas venceu eleições locais e assumiu o controle da região. Depois disso, Israel e o Egito impuseram um cerco ao território. Mais de metade da população vive na pobreza e sofre de insegurança alimentar, com quase 80% dependendo da assistência humanitária.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo público ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e à comunidade internacional para pôr fim ao que chamou de “a mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio”.
Edição: Rodrigo Durão Coelho