A reunião do Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU) convocada para sexta-feira (13), a fim de debater a situação de Gaza após o avanço das forças de Israel, terminou sem acordo. Representantes de 15 países que integram o conselho se reuniram a portas fechadas. O principal tema do encontro foi a criação de um corredor humanitário para retirar civis das zonas de conflito.
:: Brasileiros chegam ao sul de Gaza e aguardam travessia para Egito ::
No entanto, mesmo sem uma definição do Conselho, a Rússia apresentou uma proposta de cessar-fogo. O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzya, afirmou que o país não pode aceitar a falta de mobilidade do Conselho diante da crise no Oriente Médio.
Nebenzya, disse que o Oriente Médio está à beira de uma guerra total e de uma catástrofe humanitária sem precedentes, enfatizando que "nenhuma delegação ocidental convocou uma sessão aberta no Conselho de Segurança para abordar a situação" na região.
O diplomata classificou como "inaceitável" a ordem dada por Israel para evacuar mais de um milhão de pessoas do norte para o sul de Gaza, em 24 horas, e disse que a evacuação pode ter consequências catastróficas.
A proposta em questão pede um cessar-fogo humanitário em Gaza, liberação dos reféns que estão sob domínio do grupo Hamas, além de condenar todos os atos de violência contra civis. "Pedimos um cessar fogo imediato e que negociações ocorram para permitir a criação de um Estado palestino", disse o diplomata.
:: Rússia sempre defendeu a criação de um Estado palestino soberano, diz Putin ::
Segundo Nebenzya, a Rússia vai apresentar esse esboço de uma resolução para conter a crise humanitária causada pelo conflito na próxima segunda-feira (16/10).
O presidente russo já havia comentado mais cedo, nesta sexta, sobre a disposição da Rússia em mediar uma solução para o conflito entre Israel e Palestina, defendendo uma solução pacífica para a situação, uma vez que "simplesmente não há outra alternativa".
A Rússia acredita que não há outra alternativa nesse conflito, além de negociações, disse Putin, acrescentando que a resolução é possível apenas através do estabelecimento de uma Palestina independente com Jerusalém Oriental como sua capital.
O encontro desta sexta foi convocado pelo governo brasileiro, que preside o Conselho neste momento. No entanto, mesmo com duas horas e meia de discussão, a reunião teve o mesmo fim do domingo (8): nenhuma solução definida.
Brasil vai continuar promovendo o diálogo
Após a reunião, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse que o Brasil tem acompanhado a situação com "profunda tristeza e preocupação", declarando que o governo Lula vai continuar promovendo o diálogo, inclusive com abertura de novas negociações.
:: Lula conversa com presidente de Israel e pede corredor humanitário ::
"Acreditamos que todos os esforços precisam proteger os civis, recebemos com absoluto espanto as notícias de que as forças israelenses determinaram a evacuação [de civis palestinos em Gaza] em 24 horas", disse o chanceler.
Vieira disse que levou ao Conselho o "apelo" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para "acabar com o sofrimento dos civis no meio das hostilidades. Apelo do presidente pela libertação imediata dos reféns civis".
"Prevenir mais derramamento de sangue e tentar garantir acesso humanitário urgente. As leis garantem claras diretrizes do que precisa ser feito e a questão humanitária é urgente", enfatizou o chanceler.
(*) Com Sputnik Brasil.