NÃO À GUERRA

Ato em Porto Alegre pede paz na Faixa de Gaza e condena ataques de Israel

'Ato pela paz! Dar voz à Palestina' começou no Sindicato dos Municipários e percorreu as ruas da capital gaúcha

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Após ato no Simpa, manifestantes realizaram caminhada pela Cidade Baixa - Foto: Lucas Pitta

A manifestação em defesa da paz na Faixa de Gaza, nesta quarta-feira (18), superou a capacidade de público do auditório do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e muitas pessoas precisaram aguardar do lado de fora.

O "Ato pela paz! Dar voz à Palestina" foi promovido pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), coordenada pelo vereador Pedro Ruas (PSOL) e pela deputada estadual Laura Sito (PT), com apoio de movimentos sociais e de partidos da capital. 

Na avaliação do presidente da Fepal, Ualid Rabah, esse foi um dos mais importantes atos em solidariedade à Palestina ocorridos em Porto Alegre. "É possível que ele rivalize com os atos referentes a Sabra e Chatila, em 1982, e os atos relativos à primeira Intifada, que durou de 1987 a mais ou menos 1992/93. Então é uma restauração, uma recuperação da luta popular, da luta cidadã pela Palestina no Brasil, isso é fundamental", avalia.

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Ainda, segundo ele, sem a opinião pública e ativa, é muito difícil sustentar uma luta contra a hegemonia dos grandes veículos de comunicação. "Nesse caso específico de agora, pela primeira vez um verdadeiro genocídio midiático, esse é o primeiro genocídio televisionado, e os veículos de comunicação desde o primeiro momento acentuaram um papel que eles não haviam promovido ainda, de demonizar, satanizar o povo palestino integralmente, para permitir que Israel tivesse licença pra matar, licença pra cometer esse genocídio de escala descomunal, que nós não havíamos visto ainda."

Ualid Rabah chama a atenção ainda para um detalhe importante, que está acontecendo no mundo todo, que são as manifestações de apoio à Faixa da Gaza em diversas cidades do mundo. "Londres teve aquilo que provavelmente pode ter sido a maior concentração e manifestação da história da cidade, depois das manifestações pós-Segunda Guerra Mundial", comenta.

Temor por limpeza étnica

O Rio Grande do Sul é o estado que mais concentra palestinos e descendentes. Para a comunidade a situação é dramática, conforme Ualid Rabah, "porque há uma sensação de que Israel inaugura, reinaugura um processo de limpeza étnica". Ele afirma que a matança apavora as pessoas, mas é mais grave "a sensação de que há um processo reinaugurado para repetir a grande limpeza étnica de 1947 a 51".


Deputada Laura Sito (PT), presidente da Fepal, Ualid Rabah, e vereador Pedro Ruas (PSOL) durante ato no Simpa / Foto: Lucas Pitta

"Isso também é um elemento novo, e como eu disse na minha manifestação, aquele mapa que o Netanyahu exibiu na ONU, na Assembleia Geral das Nações Unidas, da Palestina sem a Palestina, aquilo ali não é uma coisa à toa, na verdade é a exibição de um mapa que não terá a Palestina nem palestinos, é isso que nós estamos temendo", afirma o presidente da Fepal.

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A mobilização contou com a participação de diversas lideranças políticas, entre elas a do ex-governador Olívio Dutra. "A causa palestina é a nossa causa. A luta do povo palestino nesse momento por paz, e não pela paz tumular, sobre cadáveres, é a nossa luta, uma paz que tem de significar o respeito pelo Estado Palestino. Porque nós também defendemos o Estado de Israel. Nós estivemos na assembleia que criou esses dois países com clareza de que eles tinham de ter autonomia, independência, soberania e que não poderia um se sobrepor ao outro", comenta Olívio.

Confira fotos da manifestação:


Ato no Simpa / Foto: Lucas Pitta


Caminhada pela Cidade Baixa / Foto: Lucas Pitta


Caminhada pela Cidade Baixa / Foto: Lucas Pitta


Caminhada pela Cidade Baixa / Foto: Lucas Pitta

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira