A família do palestino-brasileiro Hasan Rabee foi morta em um bombardeio no norte do território, de acordo com a Embaixada do Brasil na Palestina, nesta sexta-feira (20). Rabee, de 30 anos, faz parte de um grupo de 26 brasileiros que estão no sul de Gaza esperando para retornar ao Brasil.
Seu primo, a esposa e todos os filhos e netos do casal foram atingidos por um ataque aéreo no prédio em que moravam. "Teve um bombardeio perto da casa deles, e o prédio inteiro foi destruído. Era um cidadão do bem, trabalhador, não tem nada a ver com isso. Não sei nem quantas crianças têm de morrer para parar essa guerra e os ataques contra civis aqui na Faixa de Gaza", disse Hasan Rabee em entrevista à GloboNews.
Rabee é naturalizado brasileiro e trabalha como vendedor na cidade de São Paulo há 10 anos, desde que resolveu deixar a Palestina por causa dos conflitos com Israel. Há 12 dias, ele havia chegado à Faixa de Gaza para visitar a família. Viajou com as duas filhas brasileiras, de três e seis anos, e com a esposa, também brasileira.
“Um dia estava na casa da minha mãe e houve um bombardeiro do lado. Com isso, a gente teve que sair. Outro dia na casa da minha irmã, outro na casa do meu sobrinho. É assim que funciona. A gente está correndo de um lado para outro que nem doido”, afirmou à Rede Brasil Atual.
No total, o ataque resultou em 60 mortes. Entre quinta-feira (19) e esta sexta (20), cerca de 350 pessoas morreram na Faixa de Gaza. Desde o dia 7 de outubro, quando Israel iniciou uma resposta à ofensiva grupo palestino Hamas, 4.137 pessoas morreram em Gaza, segundo as autoridades do território.
Após 12 dias de guerra no território palestino, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que os moradores da Faixa de Gaza têm acesso a apenas 3 litros de água por dia, 6% do mínimo necessário. De acordo com a própria ONU, cada pessoa necessita de 50 a 100 litros de água, por dia.
Israel encerrou o fornecimento de água na região em 7 de setembro. Na Faixa de Gaza vivem 2,5 milhões de palestinos, em uma área de 300 quilômetros quadrados. A ONG Action Against Hunger emitiu um alerta para a falta de água na Faixa de Gaza. De acordo com a entidade, os palestinos estão próximos de "uma crise de saúde à beira da explosão."
Edição: Rodrigo Durão Coelho