A escalada violenta de Israel contra a Palestina, na Faixa de Gaza, segue fazendo vítimas, principalmente crianças. Ao todo, até esta sexta-feira (20), a Autoridade Palestina (AP) contabilizava 4.137 mortos, em sua grande maioria, civis.
Segundo a agência de notícias AP, um ataque israelense contra o hospital Al-Ahli Arab, em Gaza, fez 471 vítimas na terça-feira (17). Já Israel afirma que o foguete que atingiu o hospital foi, na verdade, disparado pela Jihad Islâmica, grupo militar que atua na região, mas que reconhecidamente não tem capacidade bélica para uma ação como essa.
:: Família de palestino radicado no Brasil é morta em bombardeio na Faixa de Gaza ::
A guerra de versões ganhou novos contornos com a visita do presidente estadunidense, Joe Biden, a Israel.
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, que volta a ser apresentado pelo jornalista Rodrigo Vianna.
Visita questionável
Na visita, Biden fez questão de dar apoio total a investida violenta do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O presidente estadunidense, inclusive, ao contrário de toda a mídia internacional, não colocou em dúvida a versão israelense para o ataque ao hospital, o que causou grande repercussão negativa.
:: Como o confito Israel-Palestina está afetando os Estados Unidos ::
A princípio, Biden se encontraria com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, e teria também alguns encontros bilaterais com países árabes, mas a violência dos últimos dias propagada por Israel fez com que os encontros fossem cancelados.
Veto na ONU
A visita aconteceu ao mesmo tempo em que o Conselho de Segurança da ONU, sob presidência rotativa do Brasil, se reunia na sede das Nações Unidas.
Após resoluções serem rejeitadas pelo Conselho, o Brasil apresentou uma proposta que pedia um cessar fogo, condenava ataques de lado a lado, e apontava a necessidade imediata da abertura de corredores humanitários.
A proposta foi aprovada por 12 países do Conselho, teve abstenção de dois países (Reino Unido e Rússia), e o veto dos Estados Unidos, que alegou que o documento não contemplava o direito de auto defesa de Israel.
Além da gravidade do veto em um momento chave do conflito, a negativa estadunidense também marcou uma virada no apoio irrestrito aos israelenses.
Cafezinho
O Cafezinho da semana vai para os deputados e senadores que aprovaram o relatório final da CPMI do 8 de Janeiro. A comissão foi um instrumento levantado pela oposição para constranger o governo, mas apontou, na verdade, a participação intensa de bolsonaristas – e também do próprio ex-presidente – nos ataques às sedes dos três poderes, em Brasília.
O destaque é para a relatora Eliziane Gama (Cidadania-MA). O relatório final apresentou o contexto dos atos, mostrou a estratégia golpista e indiciou Jair Bolsonaro (PL) por associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado e emprego de medidas para impedir livre exercício de direitos políticos.
:: Relatório da CPMI do 8 de Janeiro é aprovado sob gritos de 'sem anistia' ::
Gama também indiciou vários generais do governo Bolsonaro, entre eles Braga Netto e Augusto Heleno, além da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e de financiadores dos atos, como o dono da construtora Tecnisa, Meyer Nigri.
O relatório foi tratado como um documento histórico e será encaminhado para Procuradoria Geral da República e para o Supremo Tribunal Federal.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato no YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.
Edição: José Eduardo Bernardes