Oriente Médio

Mais de 230 artistas pedem cessar-fogo em Gaza; multidões vão às ruas no mundo

Artistas de diversos países assinam uma carta endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

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Manifestação na Inglaterra reuniu milhares de apoiadores da Palestina - Henry Nicholls / AFP

Artistas de diversos países assinam uma carta endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pedindo apoio ao cessar-fogo imediato em Gaza. Até a conclusão desta reportagem, eram 230 os signatários. Entre eles, Jennifer Lopes, Ben Affleck, Cate Blanchett, Kirsten Dunst e Dua Lipa, que buscam sensibilizar o governo dos Estados Unidos, aliado de Israel.

“Nós nos unimos como artistas e militantes, mas sobretudo como seres humanos que testemunham a perda devastadora de vidas e os horrores que se desenrolam em Israel e na Palestina. Pedimos que, como presidente dos Estados Unidos, o senhor e o Congresso dos EUA apelem a um cessar-fogo em Gaza e em Israel, antes que mais uma vida seja perdida. Mais de 5.000 pessoas foram mortas na última semana e meia – um número que qualquer pessoa de consciência sabe ser catastrófico”, diz trecho da carta, que tem apoio da organização internaconal Oxfam América.

Quando o texto foi escrito, os bombardeios de Israel sobre Gaza matavam uma criança a cada 15 minutos, média que subiu para 10 minutos.

“Acreditamos que toda a vida é sagrada, independentemente da fé ou da etnia, e condenamos o assassinato de civis palestinos e israelenses. Instamos seu governo, o Congresso e todos os líderes mundiais a honrarem todas as vidas na Terra Santa e apelarem a um cessar-fogo sem demora – o fim dos bombardeios a Gaza e a libertação dos reféns” diz outro trecho da carta.

Artistas pelo cessar-fogo lembram crianças, metade da população de Gaza

Como lembram os artistas, metade dos dois milhões de residentes de Gaza são crianças e mais de dois terços são refugiados. São pessoas forçadas a fugir das suas casas. A ajuda humanitária deve chegar até eles.

“Acreditamos que os Estados Unidos podem desempenhar um papel diplomático vital para acabar com o sofrimento e  juntamos juntar nossas vozes às do Congresso dos EUA, da UNICEF, dos Médicos sem Fronteiras, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e de tantos outros. Salvar vidas é um imperativo moral. Para fazer eco à UNICEF, “a compaixão – e o direito internacional – devem prevalecer”.

O papa Francisco reforçiu neste domingo (29) o pedido de cessar-fogo, a abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns pelo grupo armado Hamas. “Que ninguém abandone a possibilidade de parar as armas. Cessar-fogo! Parem, irmãos e irmãs, a guerra é sempre uma derrota”, afirmou o líder da Igreja Católica durante a celebração do Angelus.

“Penso naqueles que são vítimas das atrocidades da guerra, no sofrimento dos migrantes, na dor oculta daqueles que se encontram sozinhos e em condições de pobreza e naqueles que são esmagados pelos fardos da vida. Quantas vezes, por trás de belas palavras e promessas persuasivas, se favorecem formas de exploração ou nada se faz para evitá-las”, disse ainda o pontífice.

Neste sábado (28), quando o número de mortos em Gaza passava de 7,650, multidões foram às ruas em Londres, Istambul, Roma e diversas outras cidades do mundo pedindo o cessar-fogo na região. Há 22 dias o Exército de Israel bombardeia os palestinos.

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