Em um episódio que pareceu sair de filme de comédia, a sessão desta terça-feira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que investiga as atividades da Enel, empresa responsável pela distribuição de energia na capital paulista e outras localidades do estado, foi interrompida por falta de energia.
As quedas de luz aconteceram no dia em que os deputados receberam o presidente da empresa em São Paulo, Max Xavier Lins. Foram ao menos dois momentos em que houve falhas. O primeiro, minutos antes da reunião começar. O segundo, logo após o início dos trabalhos.
Durante o depoimento, Lins negou que as instabilidades tenham relação com a companhia. Em nota enviada ao Brasil de Fato, a Enel afirmou que "a oscilação de energia na Assembleia Legislativa nessa manhã (14) não tem relação com a rede de distribuição da companhia".
O episódio se tornou um dos mais comentados nas redes sociais nesta terça, especialmente entre pessoas que se posicionam contra a privatização dos serviços públicos, incluindo parlamentares de partidos de oposição ao governo estadual.
Em São Paulo, acabou de ocorrer um apagão durante a CPI que investiga a ENEL na ALESP.
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) November 14, 2023
Parece piada, mas é só a ENEL mesmo. pic.twitter.com/hqrNEqq5yY
Parece piada, mas não é: o diretor da ENEL foi convocado na CPI que investiga a empresa. Durante o depoimento a energia elétrica caiu 🤡
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) November 14, 2023
Mas privatiza que melhora, né @tarcisiogdf?!pic.twitter.com/UukYRTc10P
A CPI já está em andamento desde maio deste ano, para investigar supostas irregularidades desde a compra da antiga Eletropaulo pela Enel, em 2018. Os trabalhos ganharam mais importância nos últimos dias, depois que milhões de paulistas ficaram vários dias sem luz.
Durante o depoimento de Lins, prefeitos de cidades da Região Metropolitana da capital paulista, convidados a participar da sessão, fizeram duras críticas à atuação da empresa em suas cidades.
O executivo da empresa, que obteve habeas corpus autorizando que ficasse em silêncio, preferiu responder a todas as perguntas. Ele pediu desculpas à população pelo apagão e garantiu que a Enel vai ressarcir todas as pessoas que tiveram prejuízos financeiros.
Além de Max Xavier Lins, está previsto o depoimento do presidente da empresa no Brasil, Nicola Cotugno. Ele é aguardado para participar da sessão agendada para a próxima quinta-feira (16).
O apagão prolongado motivou a criação de outra CPI, desta vez, na Câmara Municipal de São Paulo. No último dia 8, os vereadores capital paulista decidiram abrir investigação sobre a atuação da Enel na maior cidade do país.
Edição: Geisa Marques