Nenhum frigorífico ou rede de supermercados que têm fornecedores na Amazônia respondeu ao questionário sobre controle da cadeia de fornecedores. As perguntas foram enviadas pelo Radar Verde, um indicador da cadeia de carne bovina criado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e pelo Instituto O Mundo Que Queremos (IOMQQ).
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Fora as perguntas, o grupo também analisou as informações públicas que as empresas dispõem em sites ou outras plataformas. A partir dessa coleta de informações, a Rede chegou a conclusão que que 95% dos principais varejistas do Brasil e 92% dos frigoríficos situados na região amazônica apresentam um controle considerado muito baixo sobre a cadeia pecuária.
“O boi passa por várias fazendas, de uma fazenda para outra, antes de chegar na planta onde ele é abatido, embalado e vendido no supermercado. A gente precisa saber o quanto os frigoríficos e supermercados controlam todas essas fazendas por onde o boi passou para garantir que não tem desmatamento nelas”, explica Alexandre Mansur, coordenador do Radar Verde em entrevista ao programa Bem Viver desta quarta-feira (15).
Mansur lembra que “a principal causa de desmatamento na Amazônia é a abertura de pastos. Ele ocorre em área pública. Estamos falando de terras públicas federais, estaduais que são invadidas para derrubar floresta e colocar o gado.
O levantamento foi realizado em 2023 e avaliou dados públicos de 132 frigoríficos com operação na Amazônia e 69 varejistas que são potenciais compradores de carne bovina da região,
“Para a gente saber como cada um controla, a gente faz três coisas. A primeira é a gente envia para as empresas um questionário com uma série de perguntas, perguntas de controle”, explica Mansur.
Segundo o coordenador, “este ano, nenhuma empresa respondeu ao questionário”.
Além disso, comenta Mansur, “a gente olha nos sites públicos da empresa o quanto ela comprova essas mesmas coisas. Esse é o grau de transparência pública. Porque a gente imagina que se a empresa tem um controle, ela vai contar para todo mundo, ela vai demonstrar”.
A última etapa é realizar um mapeamento de todas as plantas na Amazônia. “Cerca de 45% do rebanho brasileiro já está na Amazônia”, lembra Mansur.
“A gente não tem ideia do tamanho do rebanho na Amazônia, mas praticamente metade do rebanho brasileiro já está lá”.
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As empresas precisam demonstrar a área de abastecimento, que são os locais onde buscam os animais. A partir destes dados o Radar Verde cruzou com informações de desmatamento, estradas construídas ilegalmente e outros fatores que indicam crimes ambientais. O resultado deste intersecção consegue ser um indicativo se a empresa compra gado oriundo de algum processo irregular
No entanto, “área é grande pra caramba, você tem uma ideia, tem uma planta no Mato Grosso que a área de abastecimento dela, onde ela vai buscar os bois, é do tamanho do Paraná. Elas vão bem longe buscar os bois”, alerta Mansur.
Segundo a classificação do Radar Verde, apenas o frigorífico Marfrig e o varejista Grupo Pão de Açúcar (GPA) demonstraram ter um controle intermediário da cadeia.
Dos 69 varejistas avaliados pelo Radar Verde, apenas 47 (68%) puderam ter seu Grau de Transparência Pública avaliado. Os demais 22 (32%) não possuíam informações públicas disponíveis ou o site estava em manutenção.
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Entre aqueles que tiveram o melhor desempenho neste quesito estão os varejistas GPA, Assaí, Carrefour e Cencosud Brasil. "Essas empresas foram as únicas que demonstraram controle das fazendas fornecedoras diretas, as que entregam os bois para as plantas de abate", diz o Radar Verde.
Na avaliação geral, 95,65% das empresas obtiveram classificação com grau de controle muito baixo (vermelho); 2,89% obtiveram grau de controle baixo (laranja); e 1,44% obteve classificação com grau de controle intermediário (amarelo).
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Edição: Rodrigo Durão Coelho