Trumpista e bolsonarista, George Santos se tornou o primeiro cidadão brasileiro eleito deputado nos Estados Unidos, assim como o primeiro republicano abertamente gay. Seu mandato, porém, está por um fio.
Na tarde desta quinta-feira (16), o Comitê de Ética da Câmara dos Deputados do EUA divulgou o relatório final em relação ao deputado. A notícia atingiu o republicano horas após ele se encontrar, a portas fechadas, com uma comitiva de parlamentares bolsonaristas em visita a Washington.
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No grupo estavam os senadores Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE), Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES), e os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Altineu Cortes (PL-RJ), Capitão Alberto Neto (PL-AM), Gustavo Gayer (PL-GO) e Julia Zanatta (PL-SC). Nas redes sociais, o filho do ex-presidente brasileiro fez elogios a Santos.
Mentiras e suspeitas de corrupção
Desde que foi eleito, Santos é alvo de denúncias por mentiras feitas durante a campanha e corrupção. De acordo com o relatório, o deputado teria “roubado da própria campanha, enganando doadores e canalizando contribuições para uso pessoal”.
Com esse dinheiro, o ultraconservador teria feito Botox, comprado em lojas como Hermes e Sephora e até mesmo pagado assinaturas do site de conteúdo adulto Only Fans. Em entrevista à FOX News, a emissora mais conservadora de TV do país, ele afirmou que nem sequer sabia o que era o Only Fans. A jornalista respondeu: “você não consegue dizer a verdade”.
O documento do Comitê de Ética afirma ainda que Santos “inventou empréstimos fictícios para sua própria campanha para enganar doadores e comitês republicanos para que contribuíssem para seu fundo de guerra eleitoral”.
George Santos é réu em um processo movido pela justiça federal dos Estados Unidos e responde a 23 acusações de corrupção que têm relação com a sua eleição em 2022.
Após a divulgação do relatório, George Santos anunciou que não disputará mais a reeleição em 2024, como tinha dito anteriormente.
Quando a Câmara voltar do recesso, em duas semanas, o deputado enfrentará mais uma votação sobre sua expulsão. Acredita-se que ele possa perder o cargo, uma vez que muitos republicanos aguardavam o relatório para votar pela sua saída.
Edição: Leandro Melito