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Mudanças climáticas reduzirão presença de mamíferos em 90% da Caatinga, diz estudo

Pesquisa conduzia em três universidades criou modelo matemático para prever impactos do aumento da temperatura no bioma

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Em 2022, os incêndios florestais aumentaram 80% no Brasil. - Eduardo Queiroz

Mesmo que o mundo cumpra o Acordo de Paris para conter os efeitos das mudanças climáticas, nos próximos anos a Caatinga vai ter seu território climaticamente alterado, causando a perda de espécies em, basicamente, toda área. 

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Estudo conduzido por pesquisadores brasileiros de três universidades concluiu que 90% do bioma terá perda de mamíferos. Além disso, 87% das espécies vão perder território.

“Nos estudamos quais são áreas climaticamente adequadas para as espécies que vivem na Caatinga. Quais são as condições de tolerância fisiológicas desses animais que permitem a sobrevivência deles neste local. Ao colocarmos as condições previstas no Acordo de Paris, descobrimos que a grande maioria das espécies vai sofrer e pode ser extinta na Caatinga”, afirma  Mário Ribeiro de Moura, pesquisador do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp e coordenador do estudo em entrevista ao Bem Viver desta sexta-feira (17).

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O pesquisador ressalta que o estudo foi conduzido apenas na Caatinga, então, não é possível “prever se essas espécies vão ser extintas de toda face da terra, para isso seria necessário realizar os estudos em todos os biomas que os animais ocorrem”.

Como exemplo, o coordenador alerta que cuícas e outros tipos de roedores serão os mais afetados. Segundo ele, poucas espécies podem se beneficiar ou não serem afetadas pelas mudanças climáticas, como é o caso do tatu.

“Essa extinção no bioma pode comprometer a biodiversidade da região. Os serviços ecossistêmicos que essas espécies fornecem vão deixar de existir. Quanto mais riqueza de espécies, mais resiliência a gente tem desses serviços. Então, a perda de espécie significa a gente perder um seguro, um seguro biológico”, alerta Moura.

O estudo foi publicado em outubro na revista Global Change Biology, conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e das federais da Paraíba (UFPB) e de Minas Gerais (UFMG).

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O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países em 2015 para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE). O compromisso foi firmado para manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.


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Edição: Rodrigo Durão Coelho