As urnas estão fechadas na Argentina e agora resta esperar pelo resultado. A Direção Nacional Eleitoral (DNE) deve divulgar um primeiro balanço da apuração às 21h (mesmo horário de Brasília) e o nome do novo presidente (o peronista Sergio Massa ou o ultraliberal Javier Milei) deve ser conhecido ainda na noite deste domingo (19). Fique atento ao site e às redes sociais do Brasil de Fato para receber as informações mais importantes.
A DNE disse que 76% dos eleitores argentinos compareceram para votar, percentual pouco acima do registrado no primeiro turno (74%) à hora do fechamento das urnas. A taxa de comparecimento no primeiro turno foi depois consolidada em 77%.
A eleição deste ano, realizada no contexto de uma crise profunda, é considerada a mais disputada da história do país e deve ser decidida nos detalhes. A campanha de Massa, atual ministro da Economia, apostou em incutir no eleitor o medo diante das propostas de Milei, como a dolarização, o fechamento do Banco Central e a saída do Mercosul. Na hora de votar, o candidato afirmou que a Argentina precisa entrar em uma nova fase, que requer, “além de boa vontade, inteligência e capacidade, o diálogo e o consenso necessários para que nosso país percorra um caminho muito mais virtuoso”.
Milei bateu forte nas teclas da responsabilidade de Massa pelos problemas econômicos e da necessidade de mudar o curso político do país, que desde sempre teve a alternância de poder restrita a peronistas e radicais, uma dicotomia alterada pela ascensão de Milei. “Esperemos que para amanhã (20) haja mais esperança, e não tanta continuidade e decadência. Que hoje à noite tenhamos um novo presidente eleito”, afirmou. “Estamos muito satisfeitos, apesar da campanha do medo e de toda a campanha suja que fizeram contra nós”.
Apesar de a campanha ter sido ríspida e polarizada, inclusive com acusações — sem provas — à confiabilidade do sistema eleitoral por parte da campanha de Milei, a votação transcorreu sem incidentes graves. Um dos poucos registros anormais foi de um adolescente de 16 anos detido em Buenos Aires sob a acusação de roubar cédulas de votação para prejudicar o candidato ultraliberal.
Após receber denúncia de que um eleitor tentava votar mais de uma vez, a polícia o prendeu e encontrou várias cédulas de Milei com ele. Na Argentina, a votação ocorre em cédulas de papel. E as cédulas são fornecidas pelas campanhas. Cabe ao eleitor escolher a cédula do seu candidato favorito e depositá-la na urna.
O voto é obrigatório para os cerca de 35 milhões de argentinos aptos (entre 18 e 70 anos) e quem não comparece tem de justificar ou pagar multa de valor irrisório (no máximo, o equivalente a menos de R$ 7). No primeiro turno, houve 26% de abstenção, o maior índice da história argentina. Para o segundo turno, temia-se que o número subisse porque segunda (20) é feriado.
Embora o resultado seja esperado para a noite de domingo, será um informe sem validade legal, que serve apenas para “informar a cidadania”, segundo o chefe do órgão eleitoral, Marcos Schiavi. O resultado definitivo será oficializado 48 horas após finalizada a votação.
Edição: Rodrigo Durão Coelho