O governo de São Paulo, chefiado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), determinou ponto facultativo em serviços públicos da capital do estado nesta terça-feira (28), dia de greve de diversas categorias do funcionalismo estadual contra os planos privatistas do governador.
O anúncio vem na sequência da negativa do próprio governador à proposta de trabalhadores do transporte para funcionamento do sistema com catraca livre durante o dia de manifestação.
O ponto facultativo será válido apenas para os serviços estaduais na cidade de São Paulo, não valendo para outras cidades. O governo garante que os serviços de segurança pública não terão alterações, assim como os restaurantes populares da rede Bom Prato.
Segundo anúncio oficial, pessoas que têm exames médicos e consultas nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), atendimentos nas unidades do Poupatempo e outros serviços agendados para esta terça na capital paulista terão "reagendamento garantido".
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A medida afeta diretamente cerca de 1,2 milhão de estudantes que realizariam nesta terça o primeiro dia de exames do Provão Paulista, nova modalidade de processo seletivo para universidades públicas. Agora, a série de exames começará na quarta-feira (29). Essa medida vale para os estudantes de todo o estado.
Ao fazer o anúncio, o governo Tarcísio disse que os profissionais da educação estão "excepcionalmente excluídos do ponto facultativo, já que estarão envolvidos na preparação do Provão". Curiosamente, a categoria foi uma das que participou da construção e anunciou adesão à greve desta terça.
Sindicatos insistem na catraca livre
Apesar da recusa de Tarcísio, o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo insiste na proposta de colocar o sistema em funcionamento sem cobrança de tarifas nesta terça e chama o governador para debater com as categorias.
"O governador adota uma postura de questionar o direito de greve. E isso é inconstitucional. Poderia, ao invés disso, retirar as propostas privatistas de pauta e negociar com os sindicatos. A mais prejudicada é a população", disse o diretor do sindicato, Bernardo Lima, reforçando que os servidores públicos têm recebido grande apoio da população nas mobilizações.
A proposta de catraca livre não é nova em momentos de mobilização dos trabalhadores do sistema de transporte público em São Paulo. No último mês de março, o próprio Tarcísio chegou a publicar em redes sociais a autorização para que o sistema funcionasse sem a cobrança de bilhetes, mas depois recuou.
Na última semana os metroviários lançaram um abaixo-assinado visando colher apoio da população à proposta. A categoria lembrou que os trens e o metrô circularam sem cobrança de tarifa nos dias de provas do Enem, em 5 e 12 de novembro, e que isso não representou qualquer risco à segurança da operação.
Além da paralisação, as categorias envolvidas na mobilização desta terça-feira (28) organizam manifestação, que vai acontecer a partir das 13h, junto à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Os deputados estaduais vão discutir a proposta de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Edição: Rodrigo Durão Coelho