NESTA QUARTA

Manifestantes fazem ato na Câmara do DF contra a privatização de rodoviária

Mais um protesto contra projeto de concessão da rodoviária proposto pelo governo Ibaneis foi realizado nesta terça (28)

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Manifestantes contrários à provatização da Rodoviária do Plano Piloto - Brasil de Fato DF

Uma nova mobilização contra a privatização da Rodoviária do Plano Piloto foi realizada nesta terça-feira (28) durante o plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Dividindo espaço com servidores da assistência social em greve – que cobram diálogo com o governador Ibaneis Rocha (MDB) – manifestantes seguraram cartazes com os dizeres “Ibaneis, Brasília não está à venda” e “A rodoviária é do povo”. 

“O ato de hoje é mais um contra a política de privatização do patrimônio público de Brasília que vem sendo implementado pelo governador”, disse José Wilson, presidente do PT de Brasília. O projeto de concessão da rodoviária por um período de 20 anos tem tramitado em tempo recorde na Casa. 

Já aprovado na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) na tarde do dia 21 de novembro, com votos do presidente da comissão e relator do projeto, deputado Eduardo Pedrosa (União), além dos distritais Joaquim Roriz Neto (PL) e Jaqueline Silva (MDB), e pela Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), na sexta (17), com votos dos deputados Hermeto (MDB) e Daniel Donizet (MDB), o projeto de lei nº 2.260/2021, do Poder Executivo, que trata sobre a privatização, ainda deve passar por três comissões da Casa. 

Leia mais: Urbanista critica proposta de Ibaneis para privatizar rodoviária de Brasília

O projeto chegou a ser colocado em pauta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na manhã do dia 21, o que aceleraria o rito, pressionando para que a proposta fosse ao plenário sem ter passado por todas as comissões. Parlamentares da oposição pressionaram, e o presidente da CCJ, deputado Thiago Manzoni (PL), cumprindo acordo entre os distritais, retirou o projeto de pauta.

Votaram contra na CEOF o deputado Gabriel Magno (PT), e na CAF, os parlamentares Jorge Vianna (PSD) e Paula Belmonte (Cidadania).

Dentro do rito, ainda é necessário a aprovação da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) e Comissão de Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC).

“Nós somos contra esse projeto porque entendemos que a privatização vai provocar dano a população, encarecendo o preço do transporte. A rodoviária é o coração de Brasília, com mais 600 mil pessoas por dia passando pelo local. Privatizar significa tirar dinheiro do povo e repassar a empresários cujo objetivo é o lucro”, protestou José Wilson. 

Max Maciel, presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana, segue na mesma linha. “Enquanto as empresas lucram cada vez mais, o povo do DF segue sofrendo. Por isso temos o dever histórico de barrar mais um projeto de privatização absurdo do GDF!”, disse. 

:: Artigo | A quem interessa a privatização da Rodoviária do Plano Piloto? ::

O parlamentar declarou ainda que a má gestão do transporte público é um “problema histórico do DF”, que tem uma das tarifas mais caras do Brasil. Segundo ele, o governo Ibaneis, ao propor a concessão da rodoviária por pelo menos 20 anos, “não tem nenhum compromisso com o bem-estar da população mais pobre”.

Greve da assistência social

No plenário desta terça (28), o deputado Gabriel Magno (PT) fez um apelo ao governador Ibaneis Rocha (MDB) em relação aos servidores da assistência social. “Peço ao governo que abra o diálogo e negocie com a categoria”, disse. 

O distrital também criticou a forma como foram encerrados os contratos temporários na área. “Os trabalhadores temporários perderam o emprego, não receberam o último salário e foram avisados pela Secretaria de Saúde que o acerto de contas só será feito no ano que vem”, reclamou Gabriel.

Já o deputado Fábio Félix (PSOL) lembrou que se trata de uma categoria que reúne psicólogos, pedagogos e agentes sociais. “São profissionais que garantem que as pessoas em situação de vulnerabilidade tenham acesso a programas sociais, como o Bolsa Família. Esses trabalhadores estão em greve pelos seus direitos”, observou.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva