MASSACRE PALESTINO

'Ataques de Israel contra hospitais visam deixá-los fora de serviço', acusa Ministério da Saúde de Gaza

Nove hospitais seguem operando em condições precárias na região

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Com a intensificação dos ataques de Israel contra hospitais em Gaza, apenas nove seguem funcionando em condições precárias - Twitter/Quds News Network

O Ministério da Saúde de Gaza acusou Israel de atacar hospitais com único objetivo de fechá-los, criando o que classificou como um “ciclo de morte” para palestinos feridos, deslocados e equipes médicas.

"A ocupação israelense está bombardeando intencionalmente hospitais em Gaza para deixá-los fora de serviço", afirmou o porta-voz da pasta, Ashraf al-Qudra, nesta segunda-feira (04/12).

A declaração foi dada enquanto al-Qudra explicava que as forças militares de Tel Aviv atacaram aleatoriamente diversas áreas, incluindo estruturas que funcionavam como abrigos para palestinos deslocados, perto da cidade de Gaza, além da escola Salah ad-Din, um prédio perto do Hospital Árabe al-Ahli e uma praça lotada.

Apenas nove dos 35 hospitais de Gaza ainda estão em funcionamento e as autoridades de saúde alertam que o Hospital Kamal Adwan, no norte do território, já está entrando em colapso, podendo encerrar suas atividades dentro de poucas horas por falta de eletricidade.

Desde as primeiras horas do dia, os serviços hospitalares têm recebido dezenas de corpos. Ambulâncias e médicos foram alvos de ataques, incluindo um profissional de saúde que acabou baleado enquanto transportava uma vítima.

"Somos inundados por um influxo de cadáveres", disse Munir al-Bursh, diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, à emissora catari Al Jazeera. "Todos os nossos hospitais não podem mais oferecer qualquer tipo de ajuda às vítimas. Todo o nosso equipamento médico foi destruído pelos soldados da ocupação israelense."

"É um inimigo beligerante e assassino, com um único objetivo: matar civis a sangue frio", acusou al-Bursh.

Os ataques de Israel também se concentraram no bairro de Shujayea, leste da cidade de Gaza, destruindo mais de 50 casas, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestino.

Em uma publicação pela plataforma X, a própria pasta chegou a compartilhar imagens da destruição generalizada no território, com equipes procurando por vítimas presas sob os escombros. Além de despedaçarem residências, o ministério estima que centenas de pessoas tenham sido mortas e feridas somente nesta operação.

 

Nesta segunda-feira (04/12), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 15.899 palestinos mortos e mais de 42 mil feridos, enquanto as autoridades israelenses estimam 1.200 fatalidades desde o início da intensificação da guerra, em 7 de outubro, quando o Hamas lançou a primeira ofensiva contra Israel.