ELEIÇÕES 2024

Impopularidade de Claudio Castro é obstáculo para aliados em eleição para a Prefeitura do Rio

Pesquisa do Prefab Future mostra Eduardo Paes em situação confortável, mas também como alvo do governador

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Impopular na capital, governador busca alianças para sufocar candidatura de Eduardo Paes - Antonio Cruz/Agência Brasil

Ainda faltam 10 meses para as eleições municipais de 2024, mas uma pesquisa recente do Instituto Prefab Future, realizada na capital fluminense, pode indicar uma dor de cabeça para a chapa a ser apoiada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O atual chefe do Executivo estadual tem uma impopularidade que vem crescendo desde que deu início ao seu segundo mandato.

Segundo o Prefab Future Pesquisas, 59,8% dos entrevistados no Rio de Janeiro, ouvidos presencialmente entre os dias 16 e 18 de novembro, não aprovam a gestão de Castro, contra 24,2% que aprovam o governo e outros 16% que não souberam avaliar.

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A enquete mostra, ainda, uma deterioração da figura e da gestão do governador, desde o início da medição, em março deste ano, até agora. Na comparação, a avaliação positiva de Castro vem apresentando declínio: 40,3% aprovavam em março, 25,9% em agosto e 24,2% aprova a gestão agora. 

Já em relação aos índices negativos na popularidade da gestão de Cláudio Castro, 51,4% não apoiavam em março, 58,1% avaliou o governo de forma negativa em agosto e agora são 59,8%. Apesar de não ter havido alteração tão significativa nos índices negativos, o governador perdeu adesão de quem o apoiava, indo de 40,3% para 24,2%.

Para o cientista político Juliano Borges, doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj), o antigo Iuperj, a pesquisa reflete um cenário exposto no resultado das eleições do ano passado, quando Castro se reelegeu governador. O Rio foi o município onde ele teve margem de vitória mais apertada (49%) na disputa com Marcelo Freixo (Psol).

"A força de Cláudio Castro está no interior, isso tem relação com as alianças que ele fez com as prefeituras do estado. A aprovação eleitoral dele é resultado do fato dele ter se mostrado bastante hábil na construção de apoios sólidos de prefeitos da Baixada Fluminense, por exemplo. E os recursos da venda da Cedae se reverteram para a campanha dele por meio de obras que o aproximaram da população", analisa Borges.

O cientista político chama a atenção para o fato de Castro nunca ter sido uma figura popular, ao contrário do prefeito Eduardo Paes (PSD), que é conhecido do eleitorado e tem popularidade e engajamento nas redes sociais.

"Ele era um vereador e o governo do estado caiu no colo dele [Castro era vice de Wilson Witzel, do PSC, governador que foi destituído por processo de impeachment em abril de 2021]. É uma carreira meteórica, que pegou carona no bolsonarismo, com quem depois ele manteve uma aproximação segura. Não abraçou, mas também não negou", avalia o pesquisador.

Fator Eduardo Paes

Recentemente, Cláudio Castro anunciou como seu candidato à Prefeitura do Rio o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-delegado de polícia e diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim, Castro pediu que o partidos que têm cota em secretarias do governo entreguem os cargos se não quiserem apoiar Ramagem.

A estratégia é uma tentativa de estrangular a candidatura do atual prefeito Eduardo Paes à reeleição. Na pesquisa induzida do Prefab Future (quando são apresentados aos entrevistados os pré-candidatos), Paes dispara na frente dos demais, com 35,2% da preferência, seguido por Tarcísio Motta (Psol), que tem 6,3%; Ottoni (MDB), 4,8%; Marcelo Queiroz (PP), 4,5%; e Ramagem, com 2,7%.

Nos bastidores das reuniões de alianças que envolvem também as tratativas com compensações na eleição para a Prefeitura de São Paulo, tanto Queiroz quanto Ottoni podem desistir da disputa no Rio. Ottoni vem sendo sondado para ser vice de Ramagem, o candidato de Cláudio Castro.

O Prefab Future Pesquisas entrevistou 1.000 pessoas em bairros do Rio entre os dias 16 e 18 de novembro, nas faixas etárias de 16 a 80 anos e aptos a votar. A margem de erro máximo é de 3,1 pontos percentuais para mais ou menos em cada percentual, considerando um intervalo de confiança de 95%.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse