Nesta terça-feira (5), uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) concedeu uma moção simbólica de aplauso em homenagem aos 20 anos do Movimento Humanos por Direitos (MHuD). A iniciativa foi do mandato da deputada Marina do MST (PT) para o movimento que reúne artistas de todo Brasil.
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A homenagem aos 20 anos do movimento contou com a presença de artistas, políticos e intelectuais como o filósofo Leonardo Boff. Uma das atrizes mais respeitadas da sua geração, a paraense Dira Paes também é conhecida por ser voz ativa na defesa de causas sociais dentro e fora das telas e dos palcos.
"Como atriz fico muito honrada de ao longo desses anos emprestar um pouco da nossa labuta para as causas humanitárias", disse Dira que interpreta uma mãe que sai em busca de seu filho, Abel, desaparecido no garimpo na Amazônia no filme “Pureza”, do diretor Renato Barbieri.
O MHuD é uma organização não governamental que atua na defesa dos direitos humanos e da justiça ambiental, com atuação em pautas chaves para a sociedade brasileira como a erradicação do trabalho escravo e da exploração sexual infantil, a defesa da demarcação das terras dos povos originários e de ações socioambientais.
Para Marina do MST, o movimento é um dos mais importantes do país "por dar visibilidade a tantas pautas fundamentais para a nossa sociedade. Homenageá-los nada mais é do que uma forma de agradecer por tanto que fazem e por estarem sempre ao lado das melhores e mais importantes lutas".
Causas humanitárias
A atriz que integra o MHuD há 20 anos explicou que o movimento surgiu da necessidade de unir a capacidade de organização de pessoas vindas de diferentes regiões do país para combater as mazelas sociais.
"O Brasil é gigante e a gente só defende aquilo que a gente conhece, aquilo que a gente se aproxima, que os nossos olhos veem. Essa capacidade, que para nós pessoas públicas não é muito esforço, que é doar um pouco da nossa visibilidade para causas humanitárias, faz diferença por onde passamos", afirmou Dira.
Em sua fala, ela também expressou orgulho da sua origem amazônida e a importância de valorizar os trabalhadores e trabalhadoras do campo. "Depois de tantos anos de estudo, a gente percebe que a terra é a grande questão social das mazelas que a gente vive tanto no Brasil rural quanto no Brasil urbano. A gente precisa compreender melhor a dinâmica do trabalho na terra para poder decidir políticas públicas e sociais urbanas", completou.
A mesa de debate reuniu além da atriz, a deputada Marina do MST; o assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Nilmário Miranda; a Rede Social de Justiça; e o padre Ricardo Rezende, professor do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo (GPTEC).
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita