O ex-deputado do parlamento ucraniano, Ilya Kiva, foi encontrado morto em uma região no arredores de Moscou na tarde desta quarta-feira (6).
De acordo com autoridades locais, o corpo do político foi encontrado no distrito de Odintsovo, na Grande Moscou, deitado em uma poça de sangue na neve em um parque próximo a um resort local, onde o ex-parlamentar morava permanentemente. O corpo de Ilya Kiva foi encontrado por um funcionário do hotel por volta das 15h.
Segundo informações divulgadas pela pelo canal de Telegram "VCHK-OGPU", que veicula informações sobre serviços de inteligência e forças de segurança da Rússia, Kiva recebeu um ferimento de bala no parque florestal do local, após o qual, sangrando, caminhou em direção ao prédio principal do hotel.
O político já fez parte do Setor de Direita (Pravy Sektor), partido de extrema direita da Ucrânia. Antes da guerra iniciada pela Rússia, Kiva saiu do país e manifestava uma posição pró-Rússia no conflito entre os dois países.
Relatos da mídia ucraniana apontam que a morte do parlamentar teria sido uma operação das Forças Armadas da Ucrânia. Esta informação foi veiculada pelos portais Ukrainskaia Pravda, Suspilna e Hromadske, entre outros meios de comunicação ucranianos, citando fontes anônimas. Alega-se que Kiva foi morto com armas leves.
O representante da Diretoria Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, Andrey Yusov, ao comentar o incidente, declarou: "Podemos confirmar que Kiva já era. E o mesmo destino acontecerá com outros traidores da Ucrânia, bem como com os capangas do regime de Putin".
Outro caso
Antes da guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia, Ilya Kiva defendeu a união entre os dois países e apoiou o presidente russo, Vladimir Putin. Em março de 2022, o Parlamento ucraniano privou Kiva do seu mandato de deputado. Em novembro de 2023, um tribunal da Ucrânia condenou o ex-deputado a uma pena de14 anos sob acusação de traição.
Não foi o primeiro caso de um ex-deputado ucraniano, crítico ao governo de Kiev, que foi encontrado morto na Rússia. Em agosto de 2022, o ex-parlamentar Alexey Kovalev, que passou para o lado russo na região de Kherson, anexada por Moscou, foi assassinado a tiros. Anteriormente, ele havia sido eleito deputado pela região de Kherson em 2019 e era próximo do presidente Zelensky no parlamento. Com a ocupação russa de Kherson em meio ao conflito, Kovalev aderiu ao controle de Moscou.
Edição: Rodrigo Durão Coelho