O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (8) que participará das eleições presidenciais de 2024, concorrendo ao seu quinto mandato no cargo. Na véspera, o Conselho da Federação Russa (equivalente ao Senado russo) confirmou que as eleições presidenciais serão realizadas no dia 17 de março de 2024.
O anúncio de Putin foi feito durante uma conversa com o comandante Artem Zhoga em cerimônia no Kremlin de entrega de medalhas a militares que participaram da guerra na Ucrânia.
"Estamos muito contentes que o presidente tenha ouvido o nosso pedido de nomeação, toda a Rússia o apoia", disse Zhoga, observando que os militares na linha frente estavam preocupados e questionavam se Putin iria concorrer às eleições.
De acordo com o correspondente da agência Kommersant no Kremlin, Andrei Kolesnikov, quando todos os premiados da cerimônia se aproximaram do presidente em uma conversa informal, o tenente-coronel Artem Zhoga perguntou se Vladimir Putin iria confirmar a candidatura para a reeleição, ao que o presidente concordou.
Posteriormente, um vídeo da conversa entre Putin e o comandante Zhoga foi divulgada pelo Kremlin. Ao comentar a confirmação, Putin disse que é impossível não adotar esta decisão e a agradeceu ao apoio dos militares presentes.
"Não vou esconder que em momentos diferentes tive pensamentos diferentes. Mas agora você está certo, agora é a hora de tomar uma decisão. Vou concorrer ao cargo de Presidente da Federação Russa", disse Putin.
Eleições sem disputa
A confirmação da candidatura não surpreende, mas Putin ainda não havia feito uma declaração confirmando a disposição de se reeleger, evitando responder perguntas sobre o tema.
O pleito deve confirmar o seu quinto mandato à frente do Kremlin, na medida em que não há uma oposição factível que ameace o atual chefe de Estado, que mantém alta aprovação no país.
De acordo com uma pesquisa do instituto Levada Center, divulgada em outubro deste ano, Vladimir Putin tem aprovação de cerca de 80% da população. O nível de popularidade foi 5% superior ao índice de setembro de 2022, quando o anúncio de uma mobilização de civis para a guerra da Ucrânia causou uma queda. No final de fevereiro de 2022, quando o presidente anunciou o início da guerra da Ucrânia, o seu índice de aprovação aumentou.
Edição: Rodrigo Durão Coelho