Um dia após as Nações Unidas exigirem um cessar-fogo imediato e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmar que os bombardeios "indiscriminados" de Israel contra civis provoca isolamento diplomático, em meio ao agravamento da catástrofe humanitária, Israel anunciou suas piores baixas em combate em mais de um mês.
Desde que o cessar-fogo do início de dezembro foi interrompido, as forças israelenses estenderam sua campanha terrestre do norte da Faixa de Gaza para o sul, com a invasão da principal cidade da região, Khan Younis. Mas os combates se intensificaram entre os escombros do norte, onde Israel afirmava que seus objetivos haviam sido alcançados.
Nesta quarta-feira (13), após uma emboscada nas ruínas da Cidade de Gaza, Tel Aviv relatou a morte de dez de seus soldados, incluindo um coronel comandante de uma base avançada e um tenente-coronel que comandava um regimento. A maioria das mortes ocorreu no distrito de Shejaiya, onde as tropas foram atacadas ao tentar resgatar outro grupo de soldados que haviam atacado combatentes do Hamas em um prédio, informou o exército israelense.
População de Rafah quase quadruplicou
O sistema de saúde colapsou em Gaza, que enfrenta "um desastre de saúde pública", afirmou Lynn Hastings, a principal oficial humanitária ONU (Organização das Nações Unidas) para os territórios palestinos ocupados, na quarta-feira (13). Segundo ela, cerca de um milhão de pessoas, ou quase metade da população de Gaza, estão amontoadas em Rafah, que tinha cerca de 280 mil habitantes antes da ofensiva israelense, de acordo com a ONU.
Hastings disse que as ordens de evacuação de Israel para os habitantes de Gaza, direcionando grandes números de pessoas para abrigos "em lugares muito pequenos", estão prejudicando as operações de ajuda. "O simples fato de tentar levar comida para as pessoas em Rafah é extremamente difícil", acrescentou.
Para piorar, uma tempestade
Com a chegada inverno, fortes chuvas pioram as condições para centenas de milhares de famílias palestinas que dormem ao relento, em tendas improvisadas, já que foram deslocadas de suas residências em virtude dos ataques incessantes promovidos por Israel desde 7 de outubro, quando o Hamas realizou o ataque surpresa que matou cerca de 1,2 mil pessoas e serviu de pretexto para o massacre perpetrado por Israel, que já causou 18.608 mortes e deixou 50.594 feridos, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.
Edição: Rodrigo Durão Coelho