Após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciar o aumento da passagem em São Paulo, de R$ 4,40 para R$ 5,00, a oposição na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) anunciou, ao Brasil de Fato, que pretende chamar Marco Antonio Assalve, secretário de Transportes Metropolitanos do governo paulista, e os presidentes da CPTM, Pedro Moro, e do Metrô, Julio Castiglioni, para que expliquem o reajuste.
"Eu vou pedir a convocação dos presidentes da CPTM, do Metrô e da Secretaria de Transportes para que eles expliquem a real necessidade do ajuste", explicou Carlos Giannazi (PSOL). "É um absurdo isso, a população já vive um drama econômico. É um retrocesso e mostra que o governador Tarcísio tem uma sanha arrecadatória e cobra mais de quem ganha menos. A população será duramente penalizada", concluiu o parlamentar.
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Para o líder da Federação PT/PCdoB/PV na Alesp, Paulo Fiorilo (PT), "o aumento da passagem anunciado pelo governador Tarcísio, elevando a tarifa de trens e metrô para R$5, a partir de primeiro de janeiro, terá impacto enorme no bolso do cidadão. Tarcísio busca garantir lucro dos empresários atacando o bolso do trabalhador."
Freitas ainda não se manifestou sobre o aumento, mas em entrevista coletiva no dia 29 de novembro deste ano, o governador já sinalizava que faria o reajuste e explicava sua motivação.
"A tarifa está congelada há muito tempo e a gente tem que começar a fazer conta. Ou eu repasso alguma coisa pra tarifa ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, mais subsídio a gente vai ter", justificou Freitas.
Para a oposição, a conta não é tão simples e pode haver abuso no aumento de R$ 0,60 por passagem em São Paulo. Por isso, Assalve deve ter trabalho para convencer os deputados de que o aumento era necessário.
A medida contrasta com a decisão da Prefeitura de São Paulo, que manterá o valor da passagem em R$ 4,40 na rede municipal. A decisão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que soa como medida eleitoreira, pegou Freitas de surpresa e o governador paulista carregará sozinho o ônus da decisão.
Edição: Rebeca Cavalcante