Na semana que inicia as celebrações de Natal, famílias do acampamento Nova Esperança em Caaporã (Região Metropolitana de João Pessoa), na Paraíba, foram surpreendidas pela polícia militar e por seguranças privados da antiga Usina Maravilha munidos de uma ordem de despejo.
As famílias resistem no acampamento desde 2013 produzindo macaxeira, inhame e batata doce, feijão, côco, mamão e banana, dando significado e vida para um espaço onde só se cultivava cana-de-açúcar.
O acampamento Nova Esperança tem 130 famílias, distribuídas em 286 hectares. O local foi desapropriado pelo município de Caaporã para instalação de uma fábrica. Nesse momento, a Usina Maravilha conseguiu uma ordem de despejo para retomar a área, desalojar as 130 famílias, cerca de mil pessoas de suas casas, e instalar novas fábricas.
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Os moradores contam que a polícia militar, juntamente com seguranças privados, ainda chegaram a derrubar quatro casas de alvenaria quando foram impedidos de continuar o serviço de demolição.
Uma reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está marcada para amanhã (19), às 8h30, para mediar a situação.
“A usina quer derrubar as casas, as plantações, e não quer indenizar a gente em nada. É um pessoal que está há 10 anos na terra, então existe bastante cultura de raiz. Amanhã que nós vamos ver como resolver isso, o Incra já fez cadastramento das famílias que estão lá e uma vistoria preliminar na área, por isso que vai ter essa conversa com o Incra para ver como vai resolver essa situação”, explicou Paulo Sérgio, dirigente regional do MST.
Fonte: BdF Paraíba
Edição: Cida Alves