O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou nesta terça-feira (19), durante uma coletiva de imprensa de fim de ano, que não acredita na derrota do país na guerra com a Rússia e manifestou a esperança de que os EUA não vão interromper a sua ajuda financeira e militar a Kiev.
Ao responder se ele concorda com a opinião de líderes ocidentais de que a guerra pode continuar por muito tempo e não terminará em 2024, Zelensky disse que ninguém tem essa resposta.
"Acho que ninguém sabe a resposta, nem mesmo os nossos comandantes ou parceiros ocidentais. Eles não sabem. Estes são apenas pensamentos, e os pensamentos muitas vezes diferem da realidade", disse o presidente da Ucrânia.
Durante a conversa com os jornalistas, Zelensky se posicionou no palco em frente a um telão no qual aparecia um mapa gigante da Ucrânia, que era alternado pela bandeira da União Europeia.
Em outro momento, Volodymyr Zelensky respondeu a uma pergunta mais direta havia o perigo da Ucrânia começar a perder a guerra com a Rússia. A resposta foi categórica: "Não!". No entanto, ele admitiu problemas enfrentados no campo de batalha.
Segundo ele, em 2022, a Ucrânia se viu em uma situação muito difícil, quando uma parte significativa do território do país estava ocupada, mas o líder destacou que o país conseguiu quebrar o bloqueio.
Zelensky disse que o preço da vitória é muito elevado e concordou que a Ucrânia "tem dificuldades", que agora incluem, entre outras coisas, a falta de projéteis de artilharia e armas antitanque.
Estado-Maior da Ucrânia quer mais 500 mil militares na guerra
Outro tema abordado foi a informação de que o Estado-Maior da Ucrânia pediu a mobilização de mais meio milhão de pessoas para o conflito. Segundo Zelensky, os militares querem reabastecer o exército com 450-500 mil novos soldados.
"Eu disse que preciso de mais argumentos para apoiar esta decisão", disse Zelensky.
Ele também observou que uma mobilização desta escala custaria ao orçamento do país cerca 13 bilhões de dólares.
Anteriormente, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, declarou que as Forças Armadas Ucranianas haviam perdido 383 mil soldados desde o início do conflito. De acordo com ele, a contraofensiva do país contra a Rússia custou a Kiev 159 mil soldados mortos e feridos.
Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia está sob lei marcial e sob um decreto de mobilização geral. Homens entre 18 e 60 anos estão proibidos de sair da Ucrânia. A evasão do serviço militar é passível de processo criminal com pena de até cinco anos de prisão.
Edição: Thalita Pires