Começa nesta terça-feira (19) e segue até quinta-feira (21) a Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico. Pela primeira vez na Bahia, a curadoria reúne 13 filmes, de cinco estados da região amazônica, abordando ancestralidade, feminino, luta e imaginário na confluência África-Amazônia, dirigidos por cineastas da região.
A mostra terá exibição gratuita na Caixa Cultural e classificação indicativa livre. Os ingressos precisam ser retirados no site da Caixa Cultural. Serão exibidos filmes do Pará, Roraima, Maranhão, Amapá e Amazonas.
A Mostra traz em seu conceito a simbologia dos Adinkras, sistema de escrita pictográfica criado pelo povo Akan, localizado no oeste da África. Os símbolos preservam e transmitem valores fundamentais ligados à cultura africana e inspiraram a curadoria para definir a temática de cada uma das quatro sessões de filmes: Sankofa (buscar o passado para construir o futuro), Ananse (criatividade e sabedoria), Duafe (beleza e cuidado) e Aya (resistência e desenvoltura).
O objetivo é apresentar ao público mais sobre as influências africanas na Amazônia. O evento conta ainda com o espaço Mate Masie (que pode ser traduzido como “eu guardo aquilo que ouço”), onde haverá sessões de conversas temáticas que acontecerão logo após a exibição dos filmes. A abertura do espaço também será realizada hoje (19).
A Mostra nasceu em Belém do Pará em outubro de 2023 e começa a circular pelo Brasil, iniciando em Salvador (BA). “É muito emocionante trazer nossa programação para uma cidade com representatividade negra tão forte, em sua população e também dentro do setor cultural. Começar nossa circulação em Salvador é como pedir benção para continuar nosso trabalho de valorização do cinema negro e ligação com a África”, destaca o cineasta Rafael Ferreira, curador da Mostra.
No dia 19, ao final da sessão acontece o bate-papo com o ganês Selasi Koblah Ayivi sobre a cultura Akane os Adinkras. No dia 20, a cineasta Lu Peixe aborda sobre o audiovisual e a preservação da Amazônia, e no dia 21, o bate-papo será com os realizadores da Mostra Adinkra de Cinema, Rafael Nzinga e Lu Peixe falam sobre a curadoria do projeto.
Veja abaixo a programação completa:
Sessão Ananse - 19/12 – 19h
Mensageira suprema, dona de todas as histórias, símbolo da sabedoria, criatividade, engenho e complexidades da vida. A sessão Ananse é alimentada pelo imaginário de realizadores Afro Amazônicos.
Mate Masie - 19/12 – Bate-papo pós-sessão sobre os Adinkras e a cultura Akan
“Nyansa bun mu nne mate masie” - Significa “Eu guardo aquilo que ouço”. Mate Masie, é uma ação promocional da CAIXA cultural, uma conversa com o ganês Selasi Koblah Ayivi, coordenador do laboratório de realidade virtual desde 2016, fundador do Afro Parceiros e da APEC UFRN, que vai falar sobre os Adinkras e a cultura Akan. A conversa será traduzida em libras.
Sessão Aya - 20/12 – 19h
Mensuro wo - “Não tenho medo de você”. “Sou independente de você”. A sessão Aya mostra a resistência, desafio contra as dificuldades, perseverança, independência e desenvoltura dentro do cinema Afro Amazônico.
Sessão Duafe - 20/12 – 20h
A busca pelo asseio, bondade, amor, cuidado, objeto de adorno desejado pelas mulheres Akan, a sessão Duafe conecta com o feminino Amazônico.
Mate Masie - 20/12 – Bate-papo pós-sessão sobre audiovisual e preservação da Amazônia
Com o foco mundial na questão ambiental, o cinema tem papel crucial nesse assunto, como preservar a floresta e seus habitantes através do cinema de impacto. A cineasta Lu Peixe vai falar um pouco do seu trabalho na região amazônica e como isso ajuda a preservar a floresta.
Sessão Sankofa - 21/12 - 19h
Se wo were fi na wo sankofa a yenkyi - “retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro”. A sessão Sankofa traz filmes que retornam ao passado, para ressignificar o presente e construir o futuro.
Mate Masie - 21/12 – Bate-papo pós-sessão com realizadores da Mostra
Para o último dia da mostra, Rafael F. Nzinga e Lu Peixe, coordenadores da mostra Adinkra, falam um pouco sobre a curadoria e os próximos passos da mostra Adinkra Sankofa.
Fonte: BdF Bahia
Edição: Gabriela Amorim