O documentário ‘Não existe almoço grátis’ ganhou o prêmio de melhor filme na categoria do júri popular e mais uma menção honrosa do júri oficial no 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado entre os dias 09 e 16 de dezembro no Cine Brasília. Na programação do Festival, o documentário integrou a Mostra Brasília, o Candangão, que, anualmente, distribui o Troféu Câmara Legislativa do DF, que está na 25º edição.
A dupla Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel são os diretores do longa sobre três moradoras da favela do Sol do Nascente, região administrativa do Distrito Federal, localizada a 37 quilômetros de distância do Palácio do Planalto. De acordo com a prévia do Censo 2022 do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), Sol Nascente conta com 32.081 domicílios e é considerada a maior favela da América do Sul.
O filme acompanha a saga de Jurailde, Socorro e Bizza, que lideram a 'Cozinha Solidária' do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no DF e foram responsáveis pelo preparo de mais de 600 refeições diárias e distribuição gratuita para centenas de pessoas que viajaram a Brasília para ver a posse de Lula (PT) em janeiro deste ano.
A campanha "Cozinhas Solidárias" do MTST consiste na criação de espaços que oferecem pelo menos uma refeição digna todos os dias para as famílias das periferias dos centros urbanos e para quem mais necessitar. Ao todo, já são 47 locais onde as marmitas são distribuídas gratuitamente por todo o país. Para contribuir com a campanha, o MTST possui uma página de financiamento coletivo.
A premiação aconteceu no dia 16 de dezembro, as protagonistas do filme participaram da cerimônia. “Estou muito feliz, eu nunca nem tinha entrado nesse cinema, e agora estou aqui para ganhar um prêmio. Eu quero agradecer a todos que votaram e dizer que todos estão convidados a conhecer nossa cozinha solidária”, destacou Bizza Araújo.
“O filme traz o registro histórico de um momento crucial na história do país e de reconstrução da democracia, que foi a posse do governo Lula. Mas, na verdade, o filme busca trazer à memória uma homenagem extremamente necessária e bonita às verdadeiras construtoras desse país. A partir da história de três mulheres negras da Cozinha Solidária do MTST que fazem esse trabalho invisível diário e cotidiano de manter de pé as lutas desse país de combater as desigualdades, superar o racismo e o machismo, fazer os enfrentamentos anticapitalistas para construírem o poder popular no cotidiano”, observou o coordenador do MTST no DF, Rud Rafael.
Rodas de Gigante
O filme vencedor do Festival na categoria de melhor longa-metragem, segundo o Júri Oficial, foi ‘Rodas de gigante’, dirigido por Catarina Accioly, sobre o dramaturgo uruguaio Hugo Rodas que contribuiu durante décadas ao teatro brasiliense faleceu em abril de 2022, aos 82 anos.
E na categoria de melhor curta-metragem, o drama ‘Instante’ dirigido por Paola Veiga venceu segundo o júri oficial. Além de ‘Não existe almoço grátis’, a premiação do júri popular também elegeu o pseudodocumentário distópico ‘Nada se perde’, dirigido por Renan Montenegro, na categoria de melhor curta-metragem.
Vencedores do 25° Troféu Câmara Legislativa do DF
Júri Oficial
Melhor longa-metragem: Rodas de Gigante, de Catarina Accioly
Melhor curta-metragem: Instante, de Paola Veiga
Melhor direção: Catarina Accioly (Rodas de Gigante)
Melhor ator: Thalles Cabral (Ecos do Silêncio)
Melhor atriz: Roberta Rangel (Instante)
Melhor roteiro: Roberta Rangel, Paola Veiga e Emanuel Lavor (Instante)
Melhor fotografia: Krishna Schmidt e André Carvalheira (Ecos do Silêncio)
Melhor montagem: Sérgio Azevedo (Rodas de Gigante)
Melhor direção de arte: João Capoulade, Juliet Jones, Sarah Guedes (O Sonho de Clarice)
Melhor edição de som: Nando Vieira e Francisco Vasconcelos (O Sonho de Clarice)
Melhor trilha sonora: Cesar Lignelli (O Sonho de Clarice)
Júri Popular
Melhor longa-metragem: Não existe almoço grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel
Melhor curta-metragem: Nada se Perde, de Renan Montenegro
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Márcia Silva