O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu nesta quarta-feira (20) toda a equipe ministerial para um balanço do primeiro ano de mandato. Ao falar aos integrantes do primeiro escalão do governo, ele disse que "o Brasil voltou a ter importância" no cenário internacional, parabenizou e agradeceu a equipe, mas disse que o trabalho tem "defeitos que a gente tem que consertar".
A abertura da reunião foi transmitida ao vivo pela comunicação oficial do governo e acompanhada de perto pela imprensa. Os tais "defeitos" foram discutidos na parte do encontro que ficou restrita a ministras e ministros.
Ao avaliar o primeiro ano de seu terceiro mandato à frente da presidência, Lula disse que o governo vive uma situação "muito boa", mas que "não é excepcional, pois nós sempre quisemos mais". Apesar disso, destacou resultados positivos, especialmente no cenário econômico.
"O que nós estamos colhendo hoje é um pouco daquilo que foi plantado. Para você ter uma boa governança, você precisa ter credibilidade, você precisa ter estabilidade: estabilidade política, estabilidade jurídica, estabilidade social, e você tem que ter uma coisa chamada 'previsibilidade'. A gente quer um país que tudo dê certo para todos", destacou, ressaltando a aprovação da reforma tributária.
Lula reforçou ainda a importância da "arte da negociação", destacando o papel de seus ministros e ministras e dos representantes do governo no Congresso Nacional. Ele garantiu que o objetivo é conversar com parlamentares de todas as vertentes ideológicas.
"Eu sempre fazia questão de dizer que no nosso governo a gente não conversa com 'Centrão', a gente conversa com partidos. A gente não pergunta de que partido é a pessoa: a gente leva a proposta, e em cima daquela proposta, a gente estabelece as conversações necessárias", disse, dando especial destaque ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No trecho da conversa que foi aberta à imprensa, Lula não perdeu a oportunidade de comparar sua maneira de governar com a do antecessor, Jair Bolsonaro (PL). O petista garantiu que vai manter a postura republicana e a disposição para o diálogo no próximo ano.
"A gente vai continuar no ano de 2024 com esse mesmo jeito de governar: conversando com todo mundo. Perde alguma coisa, ganha outra coisa, mas estabelecer como regra a capacidade conversação, a capacidade do diálogo. Pobre do governante que acha que pode trocar a mesa de diálogo por uma metralhadora, por um fuzil ou por um canhão. Quando se chega a essa tomada de posição, aí a ignorância venceu a inteligência", alfinetou.
Edição: Rebeca Cavalcante