Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) pelo instituto de pesquisas Quaest mostra que 54% da população brasileira aprova o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 43% desaprova. Os números comprovam uma tendência de estabilidade nos índices, e refletem a polarização vigente no país nos últimos anos.
A Quaest realizou o mesmo levantamento por seis vezes neste ano (uma vez a cada dois meses). A aprovação do presidente oscilou entre 51% e 60% ao longo de 2023. A reprovação, que foi de 28% no primeiro levantamento, em fevereiro, ficou entre 35% e 43% nos levantamentos seguintes. Vale destacar que a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Dados detalhados do levantamento mostram que a avaliação do trabalho do presidente varia muito de acordo com o voto nas eleições do ano passado. Enquanto 90% dos eleitores do próprio Lula dizem aprovar o trabalho do presidente, 83% dos que votaram no hoje inelegível Jair Bolsonaro (PL) desaprovam.
A polarização é nítida em outros dados apurados pela pesquisa. Por exemplo, 55% dos eleitores de Lula dizem ter visto melhoras na economia. Já 64% de quem votou em Bolsonaro diz que o cenário econômico piorou. A maior parte daqueles que votaram em Lula também percebe queda nos preços dos alimentos, enquanto a maioria dos que votaram em Bolsonaro diz que os custos da alimentação subiram.
Em relação a expectativas, também é nítida a separação entre "lulistas" e "bolsonaristas". Entre os eleitores do atual presidente, 78% acreditam que a economia vai melhorar no futuro. Por outro lado, 54% dos que votaram em Bolsonaro acreditam que vai piorar.
"Governar sob a calcificação exige uma estratégia que alimente de esperança quem lhe apoiou na eleição, e crie pontes com setores pragmáticos da oposição. Uma economia forte é condição sine qua non para isso, o que vai exigir muito mais de [Fernando] Haddad e da equipe econômica", avaliou o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.
O instituto de pesquisa ouviu 2.012 pessoas em 120 municípios espalhados por todo o país. As entrevistas foram realizadas entre os dias 14 e 18 de dezembro (quinta a segunda-feira).
Edição: Rebeca Cavalcante