Vida das Mulheres

RS terá novas Defensorias Públicas especializadas no atendimento a mulheres

Projeto foi aprovado por unanimidade na terça-feira (19) na Assembleia Legislativa

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
De janeiro a novembro deste ano, a Secretaria da Segurança Pública registrou 47,7 mil casos de lesão corporal e ameaça contra mulheres no RS - Foto: Arquivo/ Agência Brasil

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (19), o Projeto de Lei (PL) 492/2023, que dispõe sobre a criação de 14 Defensorias Públicas Especializadas no Atendimento à Vítima de Violência Doméstica e Feminicídio no estado, e os respectivos cargos de defensores públicos e de servidores.

As novas unidades serão nas comarcas de Porto Alegre, Alvorada, Caxias do Sul, Canoas, Gravataí, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Rio Grande, Santa Maria, Viamão e São Leopoldo.

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O relator do PL foi o deputado Frederico Antunes (PP). O projeto foi aprovado por 51 votos favoráveis e nenhum contrário e agora vai para a sanção governador Eduardo Leite (PSDB).

Nos últimos meses, a Administração Superior da Defensoria Pública do Estado (DPE/RS) dialogou com diversos parlamentares, buscando a aprovação do projeto.

O empenho foi realizado pelas defensoras públicas dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher, Liseane Hartmann; dirigente do Núcleo de Defesa da Saúde, Liliane Paz Deble; subdefensora pública-geral para Assuntos Institucionais, Melissa Torres Silveira; defensora com atuação no Juizado Especializado em Violência Doméstica de POA, Cintia Barbosa Pereira Missel; defensoras-assessoras, Caroline Lima e Silva Mazzola Panichi, Aline Palermo Guimarães e Sabrina Backes e pela defensora pública chefe de Gabinete, Regina Célia Rizzon Borges de Medeiros.

Para as defensoras, a aprovação foi de extrema importância, pois atualmente apenas a Comarca de Porto Alegre conta com uma Defensoria com atribuição exclusiva nos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. A unidade fica no Foro Central.

“É um grande avanço e um grande presente de final ano para a defesa efetiva da mulher nesse estado. Estamos trabalhando arduamente para concretizar e prover essas vagas para que as mulheres do RS tenham a plena defesa e garantia dos seus direitos naquilo que lhe é mais importante que é a segurança da vida doméstica e familiar”, afirma a subdefensora pública-geral para Assuntos Institucionais, Melissa Torres Silveira. 

De janeiro a novembro deste ano, a Secretaria da Segurança Pública do Estado registrou 47,7 mil casos de lesão corporal e ameaça contra mulheres no Rio Grande do Sul. Comparando com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 9,3% nas ocorrências de lesão corporal, totalizando 17.739 mulheres agredidas em 11 meses. Isso equivale a uma mulher sendo agredida a cada 27 minutos no RS.

“Esse projeto é de extrema importância para a defensoria pública considerando que a vítima cada vez mais necessita do atendimento previsto na Lei Maria da Penha um atendimento humanizado e acolhedor em que sejam analisadas não apenas as medidas protetivas. Mas também ações civeis e de família que necessitam de um acompanhamento do defensor público não apenas nas audiências, mas também em todo atendimento, seja judicial ou extra-judicial”, ressalta a dirigente do Núcleo de Defesa da Mulher, Liseane Hartmann. 

 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira