MASSACRE NATALINO

No Natal, Israel concentra bombardeios no centro de Gaza e mata pelo menos 70

Netanyahu diz que os 156 soldados israelenses mortos são 'preço alto'; mais de 20 mil palestinos já foram assassinados

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Destruição causada por bombardeio israelense no dia de Natal - MAHMUD HAMS / AFP

Os recentes bombardeios e agressões de Israel contra o território da Faixa de Gaza deixaram cerca de 52 mortos e dezenas de feridos.

Pelo menos outros 12 palestinos morreram nesta segunda-feira (25/12) no centro da Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde palestino.

Na madrugada de Natal, um bombardeio contra a cidade de Khan Younis, no sul do território palestino, matou mais de 40 pessoas.

Apesar da celebração de Natal, os aviões de guerra e a artilharia israelenses concentraram os seus ataques no centro da Faixa de Gaza.

Na véspera, o Ministério da Saúde palestino indicou que cerca de 70 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos bombardeios israelenses contra o campo de Al Maghazi, no centro da Faixa de Gaza.

O porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf al Qudra, afirmou que o ataque israelense 'destruiu várias casas' e alertou que o número de vítimas pode aumentar, dado o grande número de famílias que residem na zona.

Segundo a entidade de saúde palestina, dez membros de uma família morreram no sábado em outro atentado israelense, no campo de refugiados de Jabalia, no norte do território palestino.

Em declaração, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o seu país está “pagando um preço alto pela guerra”, referindo-se aos 156 soldados que morreram desde o início da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.

Segundo a ONU, a situação humanitária na Faixa de Gaza, completamente sitiada por Israel, é catastrófica, acrescentando que quase 80% dos 2,4 milhões de habitantes do território palestino abandonaram as suas casas devido aos combates. 

A organização alerta ainda que a maioria dos hospitais está fora de serviço e a população enfrenta elevados níveis de insegurança alimentar.

“A destruição do sistema de saúde de Gaza é uma tragédia”, lamentou o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A atual agressão israelense na Faixa de Gaza deixou 20.424 palestinos mortos e cerca de 54.036 feridos, mais de 70% dos quais são mulheres e crianças.