O vice-líder do braço político do Hamas, Saleh al-Arouri, morreu nesta terça-feira (2) após ataque com drones israelenses ao sul de Beirute, capital do Líbano. A morte de Arouri e de dois integrantes da brigada militar foi confirmada pelo próprio Hamas, segundo a NNA, agência de notícias estatal libanesa.
Arouri vivia no Líbano, após passar 15 anos preso em Israel. Do exílio, atuava como uma espécie de porta-voz do Hamas desde o início do conflito vigente, com um massacre israelense em território palestino em resposta ao ataque de 7 de outubro. Ele era considerado terrorista pelo governo dos Estados Unidos.
Após a confirmação da morte, houve protestos populares na cidade de Ramallah (Cisjordânia), região de nascimento de Arouri. A imprensa palestina afirma que foi convocada uma greve geral para quarta-feira (3) em resposta ao assassinato.
De acordo com o jornal israelense Arutz Sheva, um funcionário do governo israelense que atua junto ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel "não assume a responsabilidade" pelo ataque.
Já o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que o ataque foi uma ação israelense. Ele condenou o episódio, o qual chamou de "crime". Mikati disse também que o ataque pode levar o Líbano a "uma nova fase no confronto".
"Esta explosão visa, sem dúvida, envolver o Líbano, servindo como uma resposta clara aos nossos esforços para manter o espectro da guerra em andamento em Gaza longe do Líbano. Apelamos às nações envolvidas para que pressionem Israel para interromper os seus ataques", disse o primeiro-ministro libanês, citado pela NNA.
O local do ataque fica a cerca de 100 quilômetros da fronteira libanesa com o território israelense, e é uma área de atuação do Hezbollah. Em novembro, o líder do grupo, Hassan Nasrallah, disse que a possibilidade de uma "guerra total" era realista.
Segundo a rede de televisão Al Jazeera, o clima em Beirute é de tensão e expectativa em relação à possível reação do Hezbollah. Nasrallah chegou a citar que haveria forte retaliação em caso de mortes causadas por Israel em território libanês.
Edição: Nicolau Soares