O governo do Egito comunicou as autoridades israelenses que congelará sua participação na mediação das negociações para a troca de reféns entre Tel Aviv com os grupos palestinos.
De acordo com a emissora israelense Makan, a decisão anunciada nesta quarta-feira (3) é uma resposta ao assassinato do vice-chefe do gabinete político do Hamas, Saleh al-Arouri, que foi morto por um ataque aéreo israelense no dia anterior, no bairro de Mashrafiyah, na região sul de Beirute, capital do Líbano.
Além disso, ainda segundo o veículo, que citou informações repassadas por fontes do Catar, uma das nações responsáveis pela mediação do acordo entre Israel e Hamas, a postura do Estado judeu teria gerado "insatisfação" por parte das autoridades egípcias, uma vez que a delegação israelense havia interrompido uma recente visita a Cairo destinada para tratar das negociações de troca de reféns.
O jornal egípcio Ahram ainda informou nesta quarta que o presidente Abdul Fattah Al-Sisi salientou que a única forma de alcançar a "estabilidade duradoura" no território palestino é um acordo baseado na "justiça", de forma que alcance a "verdadeira segurança para todos os povos da região e neutralize crises e guerras no Oriente Médio".
A declaração foi dada na recepção de uma delegação dos partidos Democrata e Republicano do Congresso dos Estados Unidos, chefiada pelo Senador Joni Ernst, na presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros Sameh Shoukry.
O presidente egípcio enfatizou a importância de um trabalho que seja capaz de evitar fatores que agravam o conflito na região, uma vez que estes implicam contra a paz, além das seguranças regional e internacional.
Ao jornal norte-americano New York Times, um alto funcionário dos Estados Unidos havia declarado, na noite de terça-feira (2), logo após o noticiamento do assassinato de al-Arouri, que "atacar os líderes do Hamas poderia dificultar as negociações sobre a cessação dos combates em Gaza e libertação de reféns" no território palestino.
Saleh al-Arouri, que foi vítima de um atentado israelense, era membro do comitê político do Hamas e considerado o "número dois" dentro da organização de resistência palestina. Um ataque aéreo operado por Israel, no bairro no subúrbio ao sul de Beirute, resultou na morte do combatente e de outras três pessoas que estavam dentro de um carro no local, gerando uma onda de indignações por nações irmãs, como o Irã.