O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, fez uma advertência aos países do Ocidente sobre as consequências que poderiam ser desencadeadas se Israel realizar novas ações dentro do seu território, como a que resultou na morte de um dos líderes do Hamas, Saleh al-Arouri, na última terça-feira (02/01).
A declaração ocorreu durante uma visita a Beirute do chanceler da União Europeia, Josep Borrell, neste sábado (06/01). O atentado contra al-Arouri foi um dos temas da reunião bilateral, que abordou a queixa libanesa à Organização das Nações Unidas (ONU) de que Israel violou a soberania territorial do seu país.
“Qualquer nova ação em Beirute, ou qualquer bombardeio registrado no sul do Líbano levará à explosão total do conflito na região”, alertou Mikati, dando a entender que não só o seu país como outras nações árabes poderiam entrar na guerra caso isso acontecesse.
Mikati também frisou que “o Líbano procura a paz e não quer a guerra, mas defenderá a sua territorialidade se for preciso”.
O premiê libanês ressaltou que seu país implementou totalmente a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, e a partir disso, “nosso governo requer, primeiro, a cessação das violações israelitas da soberania libanesa, e depois, a retirada de suas tropas dos territórios libaneses que ainda estão sendo ocupados”.
Por sua parte, Borrell disse que uma das prioridades da União Europeia é evitar uma escalada de tensões e avançar nos esforços diplomáticos para criar as condições para alcançar “uma paz justa e duradoura entre Israel, a Palestina e a região”.
O chanceler europeu também declarou que “é absolutamente necessário garantir que o Líbano não seja arrastado para um conflito regional, ninguém vai ganhar com um conflito regional”. A mensagem soou, segundo alguns meios como um recado enviado a Tel Aviv, para que o governo de Israel evite forçar a expansão do conflito para outros países.
Apesar de o governo de Israel não ter assumido oficialmente a autoria do atentado contra al-Arouri, as autoridades do país têm expressado diversas vezes que se preparam para retaliações relacionadas ao caso. Segundo o grupo xiita libanês Hezbollah, a morte do líder do Hamas foi organizada e executada por agentes de inteligência israelense.