Os moradores dos municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) iniciaram o ano com uma série de impasses envolvendo o transporte público. Após decisão da Justiça, o reajuste da tarifa dos ônibus de R$7,20 para R$7,70 ficou suspenso até a última segunda-feira (8). Porém, com a insistência do governo de Romeu Zema (Novo), a tarifa mais alta passou a ser cobrada nesta terça-feira (9).
A suspensão do aumento foi fruto de uma liminar apresentada pelo deputado federal Rogério Correia (PT), pelas deputadas estaduais Andreia de Jesus (PT), Beatriz Cerqueira (PT), Macaé Evaristo (PT) e Lohanna (PV), além dos vereadores Bruno Pedralva (PT) e Pedro Patrus (PT).
Após o reajuste com a derrubada da liminar, os parlamentares afirmam que vão acionar a Justiça novamente.
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Preço alto e qualidade baixa
Além da tarifa alta, os usuários relatam más condições nos veículos que, com frequência, quebram durante a viagem, estão superlotados e apresentam outros problemas, como goteiras, portas quebradas e má ventilação.
Quem conhece essa realidade de perto é a comerciante Ana Lúcia Silva Magalhães, de 47 anos. Moradora de Santa Luzia, município da RMBH, ela se desloca para a capital mineira diariamente para trabalhar.
"É uma falta de respeito muito grande. Até parece que não estamos pagando passagem. Eu já quase me machuquei na porta de um ônibus, porque ela estava estragada. A realidade é essa. Ônibus muito cheio e estragado", conta Ana Lúcia.
ALMG pode ter CPI do transporte da RMBH
Esse é um dos motivos para que os deputados estaduais de oposição articulem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre o transporte público da RMBH. Até o momento, 15 parlamentares já assinaram o pedido de abertura da CPI. Para a instauração do processo, é necessário o apoio de mais 11.
Uma das deputadas que propôs a abertura da CPI, Bella Gonçalves (PSOL), acredita que a realidade enfrentada pelos usuários é fruto do contrato de concessão do transporte da região, válido até 2037.
Para ela, as cláusulas do documento estabelecem condições insustentáveis e priorizam os interesses das empresas, em detrimento dos da população que depende do transporte público.
"Somado a isso, hoje, nós temos uma negligência completa do governo do Estado, sob gestão de Romeu Zema. Além disso, o contrato aparentemente foi fruto do estabelecimento de um processo de cartel. As mesmas empresas ganharam as concessões em um processo que deveria ser de livre concorrência e não foi", comenta Gonçalves.
"A CPI é uma forma de pressionar pelo fim do contrato com as empresas de ônibus e pelo estabelecimento de um novo contrato, com um novo modelo de mobilidade, que seja mais sustentável e integrado com a Região Metropolitana", complementa a deputada.
Saiba quem já assinou o pedido de abertura da CPI
Assinaram
1. Bella Gonçalves (PSOL)
2. Macaé Evaristo (PT)
3. Ana Paula Siqueira (REDE)
4. Andreia de Jesus (PT)
5. Beatriz Cerqueira (PT)
6. Betão (PT)
7. Cristiano Silveira (PT)
8. Doutor Jean Freire (PT)
9. Leninha (PT)
10. Leleco Pimentel (PT)
11. Lohanna (PV)
12. Luizinho (PT)
13. Marquinho Lemos (PT)
14. Professor Cleiton (PV)
15. Ulysses Gomes (PT)
Não assinaram
Adriano Alvarenga (PP)
Alê Portela (PL)
Alencar da Silveira Jr. (PDT)
Antônio Carlos Arantes (PL)
Arlen Santiago (AVANTE)
Arnaldo Silva (UNIÃO)
Betinho Pinto Coelho (PV)
Bim da Ambulância (AVANTE)
Bosco (CIDADANIA)
Bruno Engler (PL)
Caporezzo (PL)
Carlos Henrique (REPUBLICANOS)
Cassio Soares (PSD)
Celinho Sintrocel (PCdoB)
Charles Santos (REPUBLICANOS)
Chiara Biondini (PP)
Coronel Henrique (PL)
Coronel Sandro (PL)
Delegada Sheila (PL)
Delegado Christiano Xavier (PSD)
Doorgal Andrada (PATRIOTA)
Douglas Melo (PSD)
Doutor Paulo (PATRIOTA)
Doutor Wilson Batista (PSD)
Dr. Maurício (NOVO)
Duarte Bechir (PSD)
Eduardo Azevedo (PSC)
Elismar Prado (PROS)
Enes Cândido (PP)
Fábio Avelar (AVANTE)
Gil Pereira (PSD)
Grego da Fundação (PMN)
Gustavo Santana (PL)
Ione Pinheiro (UNIÃO)
João Junior (PMN)
João Vítor Xavier (CIDADANIA)
Leandro Genaro (PSD)
Leonídio Bouças (PSDB)
Lud Falcão (PODE)
Maria Clara Marra (PSDB)
Mário Henrique Caixa (PV)
Marli Ribeiro (PSC)
Mauro Tramonte (REPUBLICANOS)
Nayara Rocha (PP)
Neilando Pimenta (PSB)
Noraldino Júnior (PSC)
Oscar Teixeira (PP)
Professor Wendel Mesquita (SOLIDARIEDADE)
Rafael Martins (PSD)
Raul Belém (CIDADANIA)
Roberto Andrade (PATRIOTA)
Rodrigo Lopes (UNIÃO)
Sargento Rodrigues (PL)
Tadeu Martins Leite (MDB)
Thiago Cota (PDT)
Tito Torres (PSD)
Vitório Júnior (PP)
Zé Guilherme (PP)
Zé Laviola (NOVO)
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Elis Almeida