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'Julieta presente!': ciclistas homenageiam artista em pedaladas no Brasil e no exterior

Venezuelana foi assassinada quando viajava de bicicleta do Brasil para seu país para as festas de fim de ano

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Ato em SP aconteceu no vão do Masp; manifestantes enfrentaram a chuva para pedalar até a Praça Roosvelt - Ana Carolina Haddad/Brasil de Fato

*texto atualizado em 13/01/24, às 9h30, para inclusão de informações

Pessoas de diversas partes do Brasil e também do exterior realizaram nesta sexta-feira (12) uma série de homenagens à artista e cicloativista venezuelana Julieta Hernández, que foi morta quando viajava do Brasil para a Venezuela de bicicleta para passar as festas de fim de ano com a família.

Foram organizadas "bicicletadas" para lembrar a artista, conhecida como Jujuba. Segundo as organizadoras das homenagens, pessoas em mais de 160 cidades fizeram mobilizações para protestar após a morte violenta.

Julieta vivia e trabalhava no Brasil. Ela partiu em viagem de bicicleta pelo Amazonas para visitar a família. No último dia 23 de dezembro, deixou de responder às mensagens das pessoas próximas e foi dada como desaparecida. O corpo dela foi encontrado no último dia 5, o corpo com sinais de violência, na cidade de Presidente Figueiredo (AM).

"Julieta, você é gigante e jamais será esquecida. Obrigada por nos inspirar e ensinar tanto e por levar alegria e sorrisos a crianças nos interiores do Brasil disseminando a cultura do circo e das mulheres palhaças por onde passava - sempre de bicicleta. Pedalaremos por você, todos os dias, carregando sua alegria de viver e sua coragem em desafiar o mundo e ser feliz! Sua importância transborda!", destaca o texto da organização dos atos em homenagem.

Confira abaixo registros de alguns dos atos realizados nesta sexta-feira:

São Paulo (SP)

Mesmo com a chuva que caiu na capital paulista, o ato em memória de Julieta Hernandez reuniu cerca de 200 pessoas, entre elas ciclistas, artistas e circoativistas. A manifestação foi organizada por cicloativistas e artistas, como coletivo Circo di SóLadies e a artista Pé Vermei, com a colaboração da União Brasileira de Mulheres.

Oriana Barrios, artista venezuelana que vive no Brasil, como Julieta, lembrou a vida da amiga. "Conheci a Julieta em uma viagem, ela me incentivou muito. Era uma pessoa com muita luz, com muita 'coisa' pelas crianças", conta. "Nos deixaram com uma ferida muito profunda. Me sinto insegura [para viajar], mas a Julieta também deixou muita forma em mim", emocionou-se. Ela fez uma apresentação de canto na concentração da manifestação. 

Maria das Neves vê o ato como um grito de basta contra o feminicídio. "Não há justificativa para a morte da Julieta. Ela morreu por ser mulher, porque esse mundo odeia as mulheres", disse. "O que ocorreu com ela foi uma morte motivada por ser mulher. Não por estar viajando de bicicleta ou por ser palhaço ou pode estar sozinha", acredita.


Manifestantes homenagearam Julieta e demandaram proteção às mulheres no país / Ana Carolina Haddad/Brasil de Fato

Porto Alegre (RS)

Com narizes de palhaço, caras limpas ou pintadas, centena de pessoas em bicicletas se reuniram no lago Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre (RS) para prestar homenagem à artista venezuelana Julieta Hernandez.

Integrantes de movimentos sociais, políticos, artistas e pessoas sem filiação se manifestaram pelo fim da violência contra as mulheres e o direito da mulher de exercer sua liberdade.


Ato em Porto Alegre (RS) homenageia Julieta Hernández, artista assassinada em viagem de bicicleta / Fabiana Reinholz/Brasil de Fato RS

Curitiba (PR)

O ato na capital paranaense teve leitura de poesias, intervenções artísticas e pedalada. O ponto de partida foi a praça Santos Andrade, com cortejo e pedalada pela avenida Marechal Deodoro até a Boca Maldita.


Manifestações artísticas marcaram ato em Curitiba (PR) / Ednubia Ghisi

Rio de Janeiro (RJ)

Brasília (DF)

Vitória (ES)

Araraquara (SP)

Goiânia (GO)

Étampes, França


Maracay, Venezuela

 

Edição: Thalita Pires