Neste domingo (14), o padre Julio Lancellotti foi homenageado em uma missa realizada na Paroquia São Miguel Arcanjo, localizada na região central de São Paulo (SP). O objetivo do ato foi reforçar o apoio ao lider religioso, alvo de ataques por parte de vereadores da capital paulista que articulam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal para investigar a atuação de ONGs na região conhecida como Cracolândia.
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Defendida pelo vereador Rubinho Nunes (União), a CPI, segundo declaração do próprio parlamentar, tem como foco o padre Julio Lancellotti, o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e o coletivo A Craco Resiste. Nunes é ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL).
Ao Brasil de Fato, Lancellotti afirma não temer que a CPI possa enfraquecer seu trabalho. "Toda CPI que for correta e adequada está dentro do papel do legislativo, o poder legislativo deve fazer CPIs. O que não pode é focar em determinadas pessoas e cometer certos abusos de autoridade".
Lancellotti, padre da paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, integra a Pastoral do Povo de Rua e é bastante conhecido por sua atuação em defesa da população em situação de rua.
O evento deste domingo reuniu centenas de pessoas e contou com a presença do ex-senador e atual deputado estadual por São Paulo Eduardo Suplicy (PT). Cartazes foram erguidos durante a missa defendendo a atuação do religioso.
Lancellotti preferiu não comentar sobre a oficialização da candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) para prefeitura de São Paulo que, agora, tem como vice na chapa Marta Suplicy.
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"Eu não faça avaliação de candidatura, como padre devo acompanhar se há critérios humanizadores, seja nessa ou em outra candidatura", comentou ao BdF.
No sábado, o deputado federal Boulos foi até a casa da ex-prefeita de São Paulo para selar a aliança que teve influência do presidente Lula nos bastidores. Para assumir o compromisso, Marta Suplicy se desligou da secretaria que comandava na atual prefeitura de Ricardo Nunes (MDB), que deve se lançar a reeleição.
Nos último dias, Lancellotti vem recebendo apoio de figuras públicas e lideranças políticas nacionais, como foi caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que publicou um texto reconhecendo o trabalho do padre.
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A chamada CPI das ONGs ganhou grande repercussão depois de o vereador Rubinho Nunes dizer que, contra a “máfia da miséria”, colocaria padre Julio “no banco dos réus”.
Com a pressão, sete vereadores quiseram voltar atrás na assinatura do requerimento da CPI das ONGs, mas a proposta foi protocolada e precisa de 28 votos para ser instalada na Câmara Municipal de São Paulo.
"Temos que refletir: onde estaria Jesus hoje em dia?", questionou Lancellotti durante a missa. "Estaria em uma cobertura de São Paulo? Em uma cobertura luxuosa? Não, estaria no meio do povo, caminhando com aqueles que são excluídos, preteritos".
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"A salvação não é morre de fome que você vai ser feliz. A salvação é a vida. A gente tem que lutar para que haja pão para todos, para que haja dignidade para todos", declarou o padre arrancado aplausos do público.
Edição: Raquel Setz