PROTESTO NA ARTE

'Sinta-se em Gaza': organizador explica importância de exposição sobre genocídio na Palestina

Cartunista conta como teve a ideia de criar a mostra que, em breve, poderá seguir para outras cidades do Brasil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Público na inauguração da exposição, no Clube de Cultura, em Porto Alegre - Carlos Messala

Exposição inaugurada em Porto Alegre (RS) nesta semana mostra, por meio da arte, os acontecimentos no território palestino desde 7 de outubro do ano passado, quando começou o conflito entre Israel e Hamas. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou na última quarta-feira (17) que mais de 24,6 mil palestinos já morreram no território. Iniciativa do jornal Grifo e da Grafar, entidade que reúne artistas gráficos do Rio Grande do Sul, a exposição "Sinta-se em Gaza" busca denunciar o massacre realizado por Israel.

“A tradição dos cartunistas e chargistas, historicamente, é de denunciar os poderosos e defender os oprimidos, despossuídos; e a situação em Gaza hoje moralmente, eticamente, se impõe a qualquer pessoa que tenha o mínimo de compromisso com a vida, com a democracia, com a liberdade. Precisa se manifestar. Então, nós nos obrigamos a fazer isso. Eu digo que nós cumprimos o nosso destino”, explica o jornalista, cartunista e organizador do evento, Celso Augusto Schröder.

Aberta ao público na terça-feira (16), a mostra reúne 50 criações de 20 cartunistas e segue aberta para visitação até o dia 29 de fevereiro na capital gaúcha. Celso Schröder defende que as charges e cartuns sempre apresentam um tipo de humor que provoca, por meio da composição de linguagem artística, uma consciência. 

“Não é pra fazer rir exatamente. Ele faz uma catarse, que pode ser uma catarse bem humorada que nos faz sorrir por dentro muitas vezes. O Edgar Vasques, que é um grande cartunista, diz que nós prometemos entretenimento e entregamos consciência. E é isso que acho que humor faz. Ele provoca elementos que nos incomodam, ou seja, aqueles elementos que estão contidos na nossa consciência, e faz brotar isso”, declara o artista.

Na quinta-feira (18), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu comunicou aos Estados Unidos que se opõe à criação de um Estado Palestino no cenário pós-guerra. O pensamento vai de encontro ao que o secretário de estado americano, Antony Blinken, disse no dia anterior, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíca, sobre ser necessária a criação de um Estado Palestino para "manter segurança genuína" de Israel. Com um único cessar-fogo temporário no fim do ano passado, o conflito parece longe de terminar.


De Hals, um dos cartunistas e chargistas com trabalhos na exposição / Divulgação

“Essa exposição tem a pretensão de se somar ao movimento mundial de rejeição ao massacre e carnificina que está sendo feita em Gaza e de defesa dos direitos do povo palestino a ter um local, uma pátria que possam viver livremente. Essa é a pretensão nossa como cartunistas e como desenhistas também”, afirma Schröder.

Por enquanto apenas em Porto Alegre, o artista diz que já há convites para levar a exposição "Sinta-se em Gaza" para outras cidades. Rio de Janeiro e Belo Horizonte devem ser as próximas capitais, mas ainda não dá datas certas.

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta sexta-feira (19) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Matheus Alves de Almeida