O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Genoino repudiou nesta segunda-feira (22) a declaração divulgada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), acusando-o de antissemitismo por defender que empresas israelenses sejam sancionadas pelo genocídio em Gaza.
"Você pode até criticar o sionismo, mas ser antissemita não. Toda vez que se critica as ações do governo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, eles usam o antissemitismo como uma rota de fuga. Defendemos os direitos, a soberania, as reivindicações e a história do povo judeu", afirmou.
Em comunicado à imprensa, o também ex-deputado federal negou a acusação e expressou seu repúdio a qualquer forma de preconceito contra o povo judeu diante das acusações da associação, que tem mirado figuras públicas brasileiras que se posicionam contra a ofensiva militar de Israel que já vitimou 25 mil palestinos.
Genoino ressaltou a necessidade de "denunciar o genocídio perpetrado pelo governo israelense contra o povo palestino" e enfatizou seu apoio à existência de dois Estados, o compromisso com o cessar-fogo, a paz entre as nações e a solidariedade ao povo palestino.
A declaração do político brasileiro ocorre em meio a tensões crescentes em relação à recente carta aberta assinada por empresários brasileiros, denominada Manifesto pela Retirada do Apoio Brasileiro à Petição Sul-Africana Contra Israel, opondo-se ao apoio do Brasil à investigação de Israel por possível genocídio em Gaza, após uma denúncia feita pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia.
A controvérsia ganhou impulso com os comentários de Genoino durante uma transmissão de vídeo, em que sugeriu boicotar empresas lideradas por judeus em resposta ao manifesto.
Sua posição enfrentou forte crítica de diversos setores, incluindo o presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), Alberto David Klein, que caracterizou as palavras de Genoino como absurdas e antissemitas.
(*) Com Brasil247 e Sputniknews