Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) que teria sido apontado como mandante do assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, negou envolvimento com o crime na última terça-feira (23). O nome dele teria sido citado pelo ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, após acordo de delação premiada, conforme informação divulgada pelo portal The Intercept. O acordo ainda não foi homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em entrevista ao jornal O Globo, Brazão disse que não conhecia as vítimas ou mesmo Lessa e Élcio Queiroz, acusado de participar da emboscada que matou os dois.
"Lessa deve estar querendo proteger alguém. A Polícia tem que descobrir quem. Nunca fui apresentado à Marielle, ao Anderson [motorista da vereadora, que também foi morto no ataque], nem tampouco a Lessa e ao Élcio de Queiroz. Jamais estive com eles. Não tenho meu nome envolvido com milicianos. A PF não irá participar de uma armação dessas, porque tudo que se fala numa delação tem que ser confirmado", disse ao jornal.
De acordo com a reportagem do portal The Intercept, a morte de Marielle teria sido motivada por uma vingança de Brazão contra Marcelo Freixo (PSB). Durante mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Freixo presidiu a CPI das Milícias. Brazão foi um dos citados no relatório final, em 2008.
Após a publicação da reportagem, a Polícia Federal (PF) publicou uma nota na qual informa que, “até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário”.
“As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para seu encerramento. A divulgação e repercussão de informações que não condizem com a realidade comprometem o trabalho investigativo e expõem cidadãos”, disse a PF sem citar a reportagem do Intercept ou o nome de Domingos Brazão.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse e Geisa Marques