O Estado colombiano reconheceu nesta terça-feira (30) na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) a sua responsabilidade no desaparecimento dos líderes sociais Jhon Ubaté e Gloria Bogotá, em 1995.
Ubaté era integrante do Comitê de Direitos Humanos da Comuna 20 e ex-membro do Exército Popular de Libertação (EPL) e Bogotá era líder comunitária, também da Comuna 20. Os dois foram agredidos e sequestrados em 19 de maio de 1995 por seis homens armados da Unidade Anti Extorsão e Sequestro da Polícia (Unase) da Colômbia.
Durante o depoimento, a representante da Agência Nacional de Defesa Jurídica do Estado da Colômbia, Paula Robledo, prometeu aos familiares uma forma de reparação para ressarcir os danos. Ela disse também admirar os esforços das famílias nas buscas “por quase 30 anos” e que as vítimas “não tiveram a proteção do Estado”.
Com o depoimento da representante colombiana, a comissão da Corte que participou do caso pediu que o país seja responsabilizado pela “violência sistemática e generalizada” com desaparecimentos forçados e outros delitos. A decisão final da Corte não foi divulgada e ainda não tem data para ser divulgada.
O Estado colombiano já havia sido declarado responsável por “desaparecimentos forçados e prisões arbitrárias” em Medellín em 2002 durante a Operação Orión, ordenada pelo então presidente Álvaro Uribe para atingir as guerrilhas em Medellín. Cerca de 300 pessoas desapareceram nessa operação.
Segundo a Corte Interamericana, outros 3 julgamentos contra o Estado da Colômbia ainda estão tramitando. Um deles é sobre corrupção, outro sobre violação de terras indígenas e outro sobre ameaças a advogados.
Edição: Lucas Estanislau