O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (31) reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, Selic, de 11,75% ao ano para 11,25% ao ano. O corte é o quinto seguido anunciado pelo órgão. Ele já era esperado por economistas.
Economistas ligados a bancos, aliás, esperam que a taxa de juros esteja em 9% ao final de 2024 – patamar pouco abaixo do registrado no fim de 2021.
A taxa Selic é uma espécie de referência para a economia nacional. Sua redução tende a baratear empréstimos e financiamentos, estimulando o crescimento da atividade econômica, a geração de empregos e renda. Seu corte sempre foi um pleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Sua elevação, por outro lado, retrai a atividade econômica e tende a frear o aumento da inflação. Em 2023, contudo, mesmo com a queda da Selic, o Brasil conseguiu cumprir sua meta de inflação após dois anos de descumprimentos.
O preço da cesta de produtos mais consumida no país subiu 4,62% no ano. Ficou, portanto, abaixo do limite de 4,75%.
Dívida pública
A Selic também é usada para correção monetária de parte da dívida pública do país. Seu corte em 0,5 deve gerar uma economia de R$ 23 bilhões no pagamento dessa dívida. O valor é equivalente ao dobro do orçamento do Ministério das Ciência e Tecnologia em 2024.
No último dia 5, o BC divulgou seu relatório mais atual sobre a situação fiscal do setor público brasileiro. Segundo o Banco Central (BC), só em novembro, o setor público – governo federal, regionais e estatais – gastou R$ 43,6 bilhões para pagar juros da dívida pública.
Nos 12 meses encerrados em novembro, foram R$ 713 bilhões – 22% a mais do que os R$ 581 bilhões gastos nos 12 meses anteriores.
De acordo com o Orçamento de 2024, quase metade de todos os recursos arrecadados pela União no ano que vem serão destinados a pagamento da dívida, juros e serviços financeiros.
Edição: Nicolau Soares