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Zé Gotinha vence prêmio por presença digital

Mascote histórico do programa de imunização recebe homenagem em meio à ampliação da cobertura vacinal

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Zé Gotinha na solenidade de premiação - © Carlos Girão / MS

O personagem símbolo do Programa Nacional de Imunização (PNI), Zé Gotinha, venceu a categoria Brand Persona do prêmio Ibest, o maior do Brasil para personalidades da internet. O reconhecimento ocorre em meio ao processo de recuperação dos índices de vacinação no país.  

Desde 2015, a cobertura vacinal passou a registrar um declínio preocupante. O Brasil saiu de protagonista global para um dos piores indicadores da América Latina.

No ano passado, o cenário começou a ser revertido. Segundo o Ministério da Saúde (MS), houve ampliação em oito vacinas recomendadas para crianças com até um ano de idade. 

A alta ocorreu em praticamente todo o território nacional, na aplicação de doses contra hepatite A, poliomielite, difteria, tétano e coqueluche (DTP), sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral 1ª dose e 2ª dose), febre amarela e para as vacinas pneumocócica e meningocócica.

Os resultados foram impactados pelo do Movimento Nacional pela Vacinação, criado pelo governo no início de 2023 para retomar a imunização e combater notícias falsas sobre as vacinas.

Zé Gotinha foi essencial nesse processo, com aparecimento em campanhas, viagens pelo país e presença na internet para incentivar a população a se imunizar. Em agosto passado ele ganhou perfil próprio nas redes sociais e voltou a protagonizar o movimento pela vacinação.

No prêmio Ibest, Gotinha era o único mascote público concorrendo. Todos os outros indicados representavam produtos e marcas de grandes corporações da iniciativa privada. Na lista estavam Lu, do Magalu; Sam, da Samsung; Dollynho, da Dolly; CB, das Casas Bahia; Tortuguita, da Arcor; Pinguim, da Ponto; Nat, da Natura; Cheetah da Cheetos e Lektrek, da Sadia. 

História 

Quase um quarentão, Zé Gotinha foi criado em 1986 para incentivar a população a se vacinar contra a poliomielite. Com o passar dos anos, virou símbolo do PNI e não somente dos esforços para erradicação da pólio. Tanto que nem mesmo a modificação da vacina de gotinha para a injeção tirou o personagem do centro das atenções. 

Criado pelo artista plástico Darlan Rosa, ele foi batizado após uma campanha para escolha do nome do mascote, que recebeu 11 milhões de cartas de todo o Brasil. Gotinha foi responsável por uma mudança substancial na comunicação sobre vacinas para a população. 

Antes dele, as campanhas eram pautadas no risco e no medo da doença e dialogavam apenas com os adultos. O personagem significou uma ponte direta com as crianças e informações mais acessíveis para o grande público.

Edição: Matheus Alves de Almeida