O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi alvo de críticas pela Operação Carnaval, que mobilizará policiais militares e civis armados e à paisana em meio às multidões no estado.
A deputada estadual Thainara Faria (PT) classificou a medida como “grave”, uma vez que é um “direito constitucional da população saber que um indivíduo está a serviço da polícia, além de mais funcional para a segurança pública”, escreveu em suas redes sociais. “Se o patrulhamento será disfarçado, devemos também nos preocupar com a segurança dos próprios agentes”, completou.
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“Escondê-los no meio de milhares de pessoas não traz nenhuma garantia de segurança”, disse a parlamentar.
Adilson Paes de Souza, oficial da reserva da Policia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP), acrescentou que o emprego de policiais militares à paisana fere princípios constitucionais da atuação desse tipo de corporação no país.
“A atuação da polícia militar, pelo o que está na Constituição, se deve dar na prevenção e pela forma ostensiva. Ou seja, pelo uso de uniformes, de farda”, afirmou. “A ideia é impedir que os delitos aconteçam através da presença do policial fardado.”
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Souza também disse que a infiltração de policiais armados e à paisana em aglomerações cria riscos a todos, inclusive aos policiais. Segundo ele, um folião não saberá se está sendo abordado por um PM ou algum bandido se passando por PM no Carnaval. Ele destacou ainda que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ampliou a autorização para posse de armas por civis. Ao ser abordado por um policial à paisana, um folião confuso, em tese, pode reagir e usar sua arma particular contra o agente de segurança.
Histórico
Não é a primeira vez que a Operação Carnaval nesses moldes é implementada. No carnaval do ano passado, cerca de 14 mil policiais militares e civis estavam nas ruas do estado ao longo das festividades. "Vamos ter policiais à paisana, infiltrados. Teremos torres de observação que vão dar uma ampla visão para que possa observar os foliões e identificar eventuais criminosos", disse, na época, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, à imprensa.
"A fiscalização por drone também será utilizada para que a gente possa coibir, para aquele criminoso que está vendo o drone evite uma tentativa de delito; e, caso ocorra, que as imagens produzidas pelo drone possam ser usadas para a investigação, identificação e prisão dos criminosos", completou.
Neste ano, o estado mobilizará 20 mil policiais do dia 3 a 18 de fevereiro. “Além do atendimento nas delegacias, os policiais civis estarão trabalhando em ações de inteligência, com a utilização de veículos à paisana, drones e helicóptero. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) vai mobilizar ainda 6 mil viaturas em todo o Estado, com atenção também para interior e litoral”, disse a pasta em nota.
“Além dos policiais a pé circulando por locais estratégicos, a segurança terá agentes à paisana para observar atitudes suspeitas e evitar crimes, avisando a central de operações sobre possíveis problemas. A corporação recebeu treinamento específico para lidar com casos de importunação sexual, com policiais mulheres atuando no acolhimento das vítimas durante o Carnaval.”
Saldo
Durante o carnaval do ano passado, o estado de São Paulo registrou 3.486 roubos e furtos de celular. Cerca de 630 prisões foram efetuadas. Em balanço da Secretaria de Segurança Pública divulgado logo após o feriado informou que 600 aparelhos haviam sido recuperados.
A secretaria afirmou ter havido queda no número de ocorrência na comparação com 2020 e 2019 quando foram notificados, respectivamente, 5.450 e 5.471 crimes do tipo.
Edição: Camila Salmazio