Ataques do Exército dos Estados Unidos a postos usados pela Guarda Revolucionária do Irã na Síria e no Iraque, como prometido pelo presidente Joe Biden, deixaram ao menos 16 mortos e 25 feridos, informou neste sábado (03/02) o governo iraquiano.
Os ataques contra 85 alvos duraram 30 minutos e foram utilizadas mais de 125 munições de precisão.
Alguns deles foram executados por bombardeiros B-1B, que partiram da Base Aérea de Dyess, no Texas, na sexta-feira (02/02), em um voo de mais de 6 mil milhas.
Os alvos atingidos incluíram centros de operações de comando e controle, centros de inteligência, foguetes e mísseis, armazéns de armazenamento de veículos ventilados não tripulados e instalações de logística e cadeia de abastecimento de munições usadas por grupos de milícias apoiados pelo Irã.
"A administração dos EUA cometeu uma nova agressão contra a soberania do Iraque, uma vez que as localizações das nossas forças de segurança, nas regiões de Akashat e Al-Qaim, bem como em locais civis vizinhos, foram bombardeadas por vários aviões dos EUA", disse o governo iraquiano, citado pela ABC News.
"Esta agressão flagrante levou à morte de 16 mártires, incluindo civis, além de 25 feridos. Também causou perdas e danos a edifícios residenciais e propriedades de cidadãos", acrescentou.
O governo iraquiano também disse que os ataques "colocam a segurança no Iraque e na região no limite" e contradizem diretamente o esforço dos EUA para "estabelecer a estabilidade necessária" na região.
A resposta é a primeira do que se espera ser uma série de ataques em retaliação pela morte de três soldados norte-americanos na semana passada na Jordânia, segundo um oficial de defesa dos EUA.
Biden deu ordem para atacar grupos afiliados e apoiados pelo Irã no Iraque e na Síria, alertando que, "se os Estados Unidos forem atingidos, reagirão".
Ameaça à estabilidade da região
Um porta-voz das Forças Armadas Iraquianas classificou os ataques como "uma ameaça que arrastará o Iraque e a região a consequências imprevistas". O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, afirmou que este foi "outro erro estratégico" dos Estados Unidos.
Já o grupo fundamentalista islâmico Hamas acusou o governo norte-americano de ameaçar a "estabilidade da região" e descreveu os ataques como "servindo à agenda expansionista da ocupação [de Israel]".
Alertando sobre as consequências, o Hamas apelou aos Estados Unidos para "reverem as suas políticas agressivas e respeitarem a soberania dos Estados e os interesses dos povos árabes".
Os ataques dos EUA, esperados durante dias em resposta ao assassinato de três soldados norte-americanos na Jordânia, continuarão durante dias como parte de uma resposta em larga escala e a vários níveis, revelaram fontes da Casa Branca.
Conselho de Segurança
A pedido da Rússia, o Conselho de Segurança da ONU fará uma reunião de emergência na próxima segunda-feira (05) para discutir os ataques dos EUA contra posições do Iraque e da Síria.
"Acabamos de convocar uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre a ameaça à paz e à segurança criada pelos ataques dos EUA na Síria e no Iraque", afirmou o representante de Moscou na ONU, Dmitri Polianski.
A reunião deve acontecer por volta das 16h.
(*) Com Ansa.